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02
abr
2015

A volta das sacolas plásticas à pauta de São Paulo

Ecobag LG


Pronto, vai dar confusão de novo! Notícia da Folha dá conta de que a partir da semana que vem, as odiadas sacolinhas plásticas serão banidas das grandes redes de novo.

A alternativa dada pela Prefeitura são sacolas padronizadas, nas cores verde e cinza, maiores e mais resistentes que as atuais (capacidade para 10 kg) e feitas de matéria prima renovável, baseada em cana de açúcar. As sacolas verdes são para reutilizar mandando o lixo reciclável para a coleta. As cinzas para a coleta normal, que vai pro aterro.

Tenho certeza que vai dar confusão de novo. Virão liminares, virão as reclamações e resmungos na hora de empacotar as compras, porque algumas grandes redes estão avisando que vão cobrar as sacolas. Eu, aqui na arquibancada, dou risada de posse da minha coleção de ecobags/sacolas retornáveis.

Em plena seca que maltrata a cidade, o que o povo que grita esquece é do ambiente. A gestão anterior da Prefeitura bem que tentou implantar o hábito de não usar sacolas plásticas para levar as compras. Deu com os burros n’água e não insistiu. O atual prefeito, claramente um homem utópico, que teima, contra a massa de paulistanos reclamões, testar o uso da bicicleta como meio de transporte, melhorar o meio ambiente urbano, criar um pouco mais de educação – que são benefícios para todos – com certeza será novamente xingado. Como o anterior. Porque São Paulo faz questão de gritar: sou egoísta mesmo, uma criança birrenta de 4 anos que se recusa a enxergar o contexto das ações.

Eu, que já aboli o uso desta praga na minha casa desde 2008 só tenho uma coisa a dizer: experimentem ecobags e sacolas retornáveis. Criem este hábito. Pensem, sempre, nos efeitos das suas escolhas no contexto global. Somos, sim, responsáveis pela extinção dos ursos polares, pelas tartarugas marinhas que morrem ao comer o lixo jogado ao mar, pelas muitas ilhas de lixo que flutuam pelos oceanos afora.

Somos, sim, responsáveis pelo aquecimento global, pelo buraco de ozônio, pela derrubada da Amazônia, pela destruição do cerrado. A cada descarga, a cada guimba jogada na calçada, a cada acelerar somos mais envolvidos nesta rede sem retorno, que nos afasta e desliga do planeta que nos sustenta. E que é, ao fim, a grande responsável pela seca que vivemos no Sudeste, fruto da destruição do ambiente em todo canto.

Falta muito pra São Paulo se transformar em lugar habitável. Faltam trilhos, falta educação (tanto a formal como aquela outra, que se revela na convivência, nas ruas), falta verde, falta água – e sobra esgoto, lixo, dengue. Só que também há esperança – construída no dia a dia com sorrisos, boas ações e pequenas delicadezas.

Deixo com vocês, abaixo, alguns dos muitos textos que já publiquei sobre o assunto (a busca é livre, tem muito conteúdo sobre ecologia enterrado aqui). Fui rever e, para meu espanto, estão atualíssimos.

Foto: Ecobag distribuída no LuluzinhaCamp 2008, Liliane Ferrari

Destaque: arquivo Ladybug

 

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Categorias:
ecologia

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