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02
out
2008

São Paulo está com um problema grave: lixo

O Estadão saiu hoje com um furo maravilhoso e, graças, muito bem publicado, tanto na edição impressa como na eletrônica que está bem melhor, pois tem dicas para o leitor reciclar o lixo de casa.

A questão aqui em São Paulo está grave, gravíssima. O paulista aumentou a produção de lixo vertiginosamente – de 200 g/dia em 1997 para 800 g/dia atualmente – e, claro, os aterros não dão conta de receber este volume. A Cetesb desencadeou, ontem, uma ação que vai interditar os aterros de 67 municípios de São Paulo – 1,1 milhão de pessoas. São lixões que não se atualizaram e funcionam do mesmo jeito desde os anos 80. Toneladas de resíduos são empilhados precariamente, próximas a rios e áreas residenciais. Detalhe: na maior parte destes municípios, não há coleta seletiva ou reciclagem, segundo o governo estadual.

De um lado, um órgão de governo fazendo a sua parte magistralmente. Do outro, os municípios gritam que o governo os obriga a usar os serviços de aterros particulares – que são eficientes, cobrem o lixo, sabem manejar, fazem tratamento do chorume e, inclusive, nos diz parte da apuração, já tem planos para usar o lixo para produzir energia elétrica.

Os prefeitos com aterros multados ou prestes a serem interditados reclamam de “perseguição” do governo e argumentam que a ação da Cetesb favorece os 21 aterros particulares em funcionamento no Estado. O governo rebate e diz ter repassado R$ 8 milhões a 70 municípios, somente neste ano, para melhorias em lixões.

Outros 55 municípios com aterros “inadequados” em 2007 melhoraram a classificação – estão entre “adequados” e “controlados”. Para isso, realizaram melhorias como a adoção de reciclagem e de novas estações de transbordo. O número de aterros em condições ruins, contudo, pode ser maior, uma vez que os 508 municípios que obtiveram IQR superior a 6 em 2007 não foram reavaliados no mês passado. Ao todo, São Paulo contava com 332 aterros classificados como “adequados” em novembro – 51,8% das 645 cidades paulistas.

Nem vou esmiuçar a matéria aqui, que não cabe. Vão lá ler tudinho que vale a pena. E deixo a todos com alguns outros toques de reciclagem:

  1. Para reciclar ninguém precisa separar tudo de tudo. Separe o reciclável do não reciclável e pronto.
  2. Aqui em São Paulo a coleta seletiva funciona. Bem mais ou menos, com certas irregularidades no serviço público. Quem não é atendido por nenhuma cooperativa que participa do serviço público pode sempre tomar a coisa em suas mãos e levar os recicláveis a postos de coleta. Estão disponíveis em parques e na rede de supermercado Pão de Açúcar. Use o Google a favor do meio ambiente – recicle seu lixo.
  3. A grande tarefa na reciclagem, sempre, é saber o que pode e o que não pode. Na lista do Estadão, por exemplo, pilhas e baterias não podem. PEEE. ERRADO! Pilhas e baterias devem ser recicladas. Só que a entrega é em lojas de celular e, em breve, todos os lugares que venderem pilhas serão obrigados a recolher este material.
  4. Pratique reduzir junto com a reciclagem. Preferir alimentos a granel em vez de bandejinhas; usar sacolas retornáveis – como a lindona do Ecoblogs -; evitar as embalagens desnecessárias. Aproveite os SACs das empresas e faça valer a sua consciência. Eles dizem que escutam, vale a pena falar.

Vou fazer uma pesquisa mais funda do assunto e volto ao tema em breve. Por enquanto, lembrem: é preciso limpar o nosso lixo também. Cabe pensar nisso antes de apertar confirma no domingão, né?

foto: Aterro sanitário de Tullamarine, Austrália, foto do Flickr de mugley

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Categorias:
ecologia, Rede Ecoblogs

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