Hoje tem guest post chiquérrimo, por Renata Lino, que foi usar os convites que ganhei do #greatbritainrocks… com vocês: Rock!
“Today is gonna be the day” – Oasis
Primeira estrofe do Oasis, primeiro momento de chegada ao Rock in Rio. Aquele foi o dia. Aquele foi o momento da minha redenção. No palco Sunset, na mesma hora em que pisava no evento, tocava uma homenagem a Raul. Desculpe se sou infame, mas Toca Raul. Toca aqui cara! High Five.
“Cause I try and I try and I try and I try, I can’t get no satisfaction” – The Rolling Stones
Você pensaria que isso, somente esse som de homenagem a Raul, satisfaria meu desejo e minha ânsia de estar no Rock in Rio, mas não sei se foi pelo tamanho da cidade do Rock, ou pela quantidade de palcos, ou até pela presença de alguns amigos que esbarrava pelos gramados do local, simplesmente não conseguia controlar meu coração. Acho que só não batia cabeça pois precisava observar os detalhes de tudo o que me rodeava.
“I Predict a Riot” – Kaiser Chiefs
Começou The Offsprings e eu juro que previ uma revolta. Parecia que todos os presentes ao evento estavam se amontoando em frente aquele pequeno palco. Achei que fosse explodir. As rodas punks começavam e ondas de pessoas se apertavam a volta. Eu, com meus 30 anos, pirando com o som e sofrendo com a coluna no meio da multidão. Acho que me senti novamente com 15 anos. A minha coluna que não concordou muito com isso.
“Help! I need somebody” – The Beatles
O único momento de aperto foi no banheiro. A fila era imensa, as mulheres estavam enlouquecidas aguardando qualquer porta a se abrir, até que alguém que não sabia brincar invadiu uma porta e a outra, que aguardava na fila, ameaçou começar uma pancadaria ali. Nessa hora foi o único momento que eu pensei: “Alguém me ajuda! Preciso sair daqui”.
“Viva La Vida” – Coldplay
Depois desse momento eu precisava relaxar… Peguei meu companheiro de jornada e fui passear na Rock Street. Uns caras puxavam um rock em uma gaita enquanto eu estava sentada vendo um cartunista exercer sua arte na prancheta a sua frente. Sentada em um dos bancos das mesas redondas, observava tudo. A euforia, a alegria, a nostalgia, o êxtase… Tava tudo ali. Até as holandesas que sentaram a nossa mesa e compartilhavam conosco o show de bambolê que acabava de começar no palco da “Rua do Rock”.
“Wannabe” – Spice Girls
De repente entra no palco mundo os meus trinta segundos para marte… E eu vejo finalmente qual rockstar eu quero ser. Não basta pular, não basta gritar, precisa andar de tirolesa e provar do nosso açaí… Viver a vida mais que intensamente. É preciso se jogar. “Dogs Days are Over” – Florence and the machines
Quando entrou a Florence no palco toda a minha semana de cão, de trabalhadora, de raladora – como todos os brasileiros – parecia ter ficado perdido em algum momento da minha memória. Agora eu estava realmente inserida no mundo Rock in Rio. Tinha tirado férias para um mundo que parecia não lembrar em nada um mundo que eu vivia. Parecia que tudo já tinha acabado e aquela era finalmente a vida que eu escolhi viver.
“Lovesong”- The Cure
Ainda faltava Muse, mas minha coluna não me permitia mais nada. Estava jogada no gramado. Eu vivia meu Woodstock particular. Era já a minha história de amor. Meu rock de amor. Minha música de amor.
“Hey ho let’s go” – Ramones
E terminada a viagem britânica, voltei ao meu mundo de moradora das américas. Peguei a Av das Américas e fui pra casa me ambientando a voltar ao mesmo de sempre, bandas norte americanas, no meu som sul americano, com minha vida latina, sonhando em morar na Inglaterra pelo menos por um tempo. Quem sabe? Não custa nada sonhar.