Santa Eva, do Flickr do Silveira Neto
Tive oportunidade, hoje, de ler uma entrevista-depoimento, com Vilma Peramezza, síndica do Conjunto Nacional e uma pioneira na coleta seletiva. Ela toca em muitos pontos sensíveis e veio quase junto com uma outra notícia, veiculada n’OGlobo, que li no Setor Reciclagem: a Cetesb vai contabilizar cidades que exportam seu lixo.
Nestas vésperas de Natal, além do trânsito absolutamente enlouquecido, a vida é marcada pelo apelo ao consumo. Os trabalhadores formais recebem uma graninha a mais, vem vindo a hora de encher o pé da árvore de presentes e lá vão todos ao shopping.
O resultado deste consumo são milhares de toneladas de… lixo. Muitas vezes reciclável. Em todo o Estado de S. Paulo, nos diz a tal matéria no Setor Reciclagem, apenas 5% do lixo é reciclado. Na capital, 2%. Vale destacar que o Conjunto Nacional, graças à educação continuada, já recicla 15% do seu lixo. Com pouquíssima vantagem econômica. E que, segundo a Cetesb, 30% ou 35% do que vai para os aterros é reciclável. Espaço precioso gasto com o que não se deve – sem falar na contaminação do solo e dos mananciais.
Quando você compra um presente pensa nisso? Provavelmente não. Eu acho que deveria. Eu jamais hesitei em comprar um livro – um dos presentes que mais adoro dar. Mas já repensei, zilhões de vezes, as embalagens. Não deixo a loja embrulhar, não quero sacola – para que é que eu tenho a minha ecobag? – e reaproveito de um tudo. Já fiz até presente embrulhado em jornal, com fita linda de morrer.
Um amigo meu inventou, há um tempo atrás, uma embalagem simplíssima, em papel de seda verde clarinho (que acho que não é nada ecológico) com fita vermelha. Estes jogos simples – e mais pessoais – fazem toda a diferença.
Eu faço um convite a todos vocês: que tal, à beira de mais um Natal, imaginar presentes ecológicos de verdade? Lembranças de que o mundo pode ser mais doce, menos pasteurizado e melhor cuidado. O que vocês sugerem?