Para a maioria das pessoas, alga é aquele negócio verde que aparece no mar ou no aquário. E frequentemente é associada com o adjetivo “nojento”. Aí que a Associação Arquitetônica da Escola de Arquitetura de Londres está com uma exposição bacana e hightech, chamada Hortus (horta em latim também é jardim, mas neste caso é: Hydro Organisms Responsive to Urban Stimuli – organismos aquáticos sensíveis a estímulos urbanos, em tradução rápida).
[abre parênteses] As algas têm um potencial enorme, que recentemente os cientistas descobriram que pode se transformar em biocombustível – eventualmente até em escala comercial. [E isso é assunto pra outro post, mas você pode clicar nos links e ver, em inglês, os artigos já publicados pela Good, uma fonte bacana de informação].
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A exposição é um jardim cibernético. Sim. Imagine um salão com centenas de sacos plásticos, que parecem bolsas de soro. Em cada saco existe um tubo solto e outro que está dentro. Primeiro, os visitantes são convidados a expirar numa das centenas de sacos plásticos com algas – para doar gás carbônico e ajudar as verdinhas a crescer.
Elas fazem o que sempre fizeram: transformam o gás em oxigênio (chama-se fotossíntese, pra quem fugiu das aulas de biologia) que alimenta saquinhos com bactérias que ficam verdes (são bioluminescentes) e o próprio ambiente da exposição.
Com o seu smartphone, é possível saber informações sobre cada um dos nove tipos de algas e tuitar o que você está fazendo. Tudo isso é mapeado e enviado para uma tela em 3D, que mostra em tempo real este jardim cibernético – feito para mostrar como um ecossistema evolui e as relações entre humanos e plantas.
Claudia Pasquero, uma das criadoras, diz: “O projeto faz pensar sobre agricultura e jardinagem, mas também cria outro nível de conhecimento para ser espalhado e compartilhado: como se cultiva conhecimento virtual”. A empresa de Claudia, a EcoLogicStudio, já usou uma experiência parecida para revitalizar uma região estagnada na Suécia.
Se a conversa é útil ou não, pouco importa. A exposição mostra direitinho como biologia, arquitetura e agricultura urbana hoje estão bem pertinho umas das outras.