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10
dez
2007

Um mundo, uma vida: direitos humanos em pauta

Direitos Humanos

Hoje, 10 de dezembro, a Declaração dos Direitos Humanos faz 60 anos. E cerca de 60 blogueiros – e muitos não blogueiros – reunem-se em torno do tema “Um mundo, uma vida”, convocados pelo Sam, do Fênix ad Eternum.

Me toca, agora, a questão da violência, tratada em toda a Declaração e, mais especificamente no artigo 3o: Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.  E, enquanto o impostômetro criado aqui em S. Paulo marca o recolhimento de mais de 845 bilhões de reais desde o dia 1° de janeiro de 2007 – sim, você leu corretamente, caro leitor, nós cidadãos estamos expostos à morte, à prisão, à violência já pagamos mais de 845 bilhões de reais em impostos.

Enquanto isso, adolescentes são presos com adultos; meninas em celas de homens; milhares de carros são roubados; notebooks trocam de mãos; quadrilhas invadem prédios; milhares morrem nas estradas e ruas esburacadas. Me sinto monótona, chata mesmo. Mas acho que os direitos humanos, estes 33 artigos tão fundamentais para a civilização acabam sendo uma data vazia porque no dia-a-dia, a gente não pratica o mínimo.

Mínimos sorrisos, mínimos bons-dias; mínimos “por favor”, mínimos obrigadas. Somos selvagens, impolidos, até mal-educados. Eu também sou, apesar do caráter Joaninha estar cada vez mais instalado. Ver o que nos cerca, criar pequenas ações. Sempre achei que ser decente bastaria.

Até que, no dia 21 de novembro, a realidade arrombou a minha porta, virou o meu apartamento de pernas para o ar e deixou a minha vida vazia de alguns elementos importantes. Tudo bem, eu não estava aqui, não sofri a violência física. Alívio? Nenhum. Menos fotos, fluxos interrompidos, instrumentos de trabalho surrupiados, um editor que ficou sem a sua matéria. Feio, muito feio.

O mundo é feio – apesar de ter uma declaração bonita. Lembro de “A Vida é Bela”, do Roberto Benini – e da piada do homem que estava na cama da janela do hospital. Como o nosso olhar, fechado em shoppings, flickrs, miros e outros tantos lugares belos apaga toda a injustiça? Como nossas atitudes – mesmo que acreditemos que não sejam violentas – geram morte, prisão e violência?

Sim, são perguntas, questionamentos. Não tenho, neste momento de minha vida, nenhuma resposta para estas perguntas. Só sei que, de toda forma, a carta de princípios – os tais 33 artigos da Declaração dos direitos humanos – vale. Vale para nos lembrar que há um LONGO caminho a percorrer. E para dizer a todos que viver vale a pena – apesar de tanta feiúra e dor.

Fonte bacana sobre direitos humanos (que achei no oráculo): DHNet – direitos humanos na internet

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