A Burson-Marsteller mantém um estudo muito interessante: Twitplomacy. Como ONGs e Governos usam o twitter para se comunicar? Em seu segundo ano, o estudo é interessante – e mostra o quanto o Brasil ignora seus cidadãos, mesmo os conectados.
Dona Dilma abriu a sua conta no passarinho azul em 2010, para as eleições. Depois de eleita, simplesmente sumiu. A conta – obviamente gerenciada pela equipe de comunicação – voltou à atividade um pouco antes das eleições em 2014.
A pesquisa, concluída em 24 de março deste ano e publicada no dia 28 de abril, analisou 669 contas do governo em 166 países, apontando que 86% dos governos das Nações Unidas têm presença no Twitter. Além disso, 172 dos chefes de estado e do governo têm contas pessoais nessa rede social, enquanto apenas 27 países, principalmente da África e da Ásia-Pacífico, não têm presença no Twitter.
O “Twiplomacy” destacou os cinco líderes mundiais mais seguidos. Entre eles estão: o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama (@BarackObama), com 57 milhões de seguidores na conta de sua campanha presidencial; o Papa Francisco, com 20 milhões de seguidores nas nove contas em todos os idiomas; o primeiro ministro da Índia (@NarendraModi); o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdo?an (@RT_Erdogan); e a Casa Branca (@WhiteHouse).
Segundo a queridona Cely Carmo, diretora de estratégias digitais da BM para América Latina, “A atuação do governo nas redes sociais está contribuindo para uma melhor voz ativa num formato de interação com os cidadãos. É uma plataforma que oferece uma proximidade maior com o público e deve ser vista como ponte para uma comunicação efetiva”.
Algumas conclusões
Globalmente, @BarackObama é o líder mais seguido, porém o Papa Francisco (@Pontifex) é o mais influente, com uma média de 10 mil retweets por cada tweet enviado na sua conta em espanhol. Em comparação, as mensagens de @BarackObama tem uma média de 1.210 de retweets, apesar de ser o líder com maior número de seguidores.
No entanto, é interessante notar que os líderes pouco seguem uns aos outros e não interagem com os demais usuários. @BarackObama e @WhiteHouse só seguem quatro líderes – a primeira ministra da Noruega (Erna Solberg), o primeiro ministro da Rússia (Dmitry Medvedev), a conta do governo do Reino Unido e o ministro de relações exteriores da Estônia (Keit Pentus).
Por outro lado, alguns políticos usam o Twitter apenas durante as campanhas eleitorais. O presidente da Indonésia, Joko Widodo (@Jokowi_do2), por exemplo, deixou seus 2,7 milhões de seguidores após a reeleição em agosto de 2014, assim como a presidente do Chile, Michelle Bachelet (@PrensaMichelle), que deixou as redes sociais após ser eleita em 11 de março de 2014. E dona Dilma Roussef (@dilmabr) também segue esta cartilha: twitter só durante campanha.
Pena, mesmo, que eles se esquecem de alguns princípios básicos do Twitter: pessoalidade, conversa, atenção. A comunicação segue o velho esquema unidirecional: eu falo o que quero, nem sequer registro as eventuais respostas, quem dirá responder críticas.
Embora não tenham sido listadas, eu voto nas contas abertas pela última gestão da Prefeitura de S.Paulo e do Rio de Janeiro como usos bacanas da ferramenta: conversar de verdade com a população, informação quentinha sobre emergências ou trânsito, registrar e responder perguntas e reclamações, agir sobre questões, abrir canais para participação. Aí sim, tem algum sentido esta presença, IMHO.
#ficadica