Ainda não é pra comemorar. Quem faz compras e anda pelos caixas, sabe bem que as ecobags não são hábito universal – ainda. Já nem contabilizo mais o acanhamento de empacotadores e caixas nos supermercados da vida. Uns poucos concordam com a minha atitude e sorriem abertamente.
Enquanto isso, neste início de 2011, a SECOM (Secretaria de Comunicação da Presidência da República) faz questão de avisar que a campanha “Saco é um Saco“, do Ministério do Meio Ambiente, evitou o consumo de cerca de cinco bilhões de sacolas plásticas nos últimos 18 meses. A meta era atingir 10% de redução do consumo, tendo como base o ano de 2009, quando foram produzidas 15 bilhões de sacolas no Brasil. Resultado do esforço: 33% de redução.
O número divulgado reúne estimativas levantadas pelas três maiores redes de supermercado no País (Walmart, Pão de Açúcar e Carrefour), pelas cidades que baniram as sacolas voluntariamente, como Xanxerê (SC) e Jundiaí (SP) e pelo Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas, da indústria do plástico.
Com o pontapé inicial dado pela campanha, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) se animou e estipulou metas de redução para o setor varejista, atingindo aproximadamente 76 mil estabelecimentos espalhados por todo País. Trata-se de pacto setorial firmado com o MMA que prevê a redução em 30% das sacolas plásticas nas lojas de todo o País até 2013 e 40% até 2014. A base de cálculo serão os números de produção de 2010, estimados em aproximadamente 14 bilhões – segundo os ativistas mais de 15 bilhões de sacolas plásticas.
Algumas redes de supermercados estabeleceram suas próprias metas, como o Walmart que pretende reduzir em 50% até 2013 e o Carrefour que deseja banir as sacolas plásticas em suas lojas até 2014.
O consumidor resiste às ecobags
Do lado de cá do balcão, segundo a Gatto de Rua, ainda temos um longo caminho a percorrer. Em pesquisa realizada ano passado (2010), a confecção descobriu que apenas 34% dos entrevistados possuem sacolas ecológicas e desses, 71% não a utilizam na hora da compra. Eu morri de catapora!!!
As razões eu já sabia pelos comentários aqui no Ladybug: esquecimento, pouca praticidade para carregar a ecobag e a opção de alguns consumidores de usar sacolas plásticas para outros fins. A fabricante, no entanto, acrescenta um outro fator: “Embora tenha havido um avanço considerável na conscientização ambiental, os consumidores compram as sacolas ecológicas, mas a utilizam mais como um acessório para passeio do que como medida de preservação ambiental”, explica Elaine Guapo, diretora de Marketing da Gatto de Rua.
Para esta Joaninha engajada, há uma outra questão importante: design. Eu tenho sacolas em nylon que viram bolinhas pequeninas e ficam na bolsa sem pesar. Outras de PET (como a da Rede Ecoblogs, que merece reedição) que são dobráveis, práticas e também ficam na bolsa sem drama. Os moços caretas se ferram, mas os geeks podem muito bem ter o acessório em suas mochilas.
Outras fontes: Silvia Dias. Agradecimento especial à Lidi Faria, que mandou a pesquisa da Gatto de Rua.