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04
ago
2010

#rodaviva com Fausto De Sanctis

Roda Viva com o Juiz Fausto de Sanctisfoto: divulgação

Pela quinta vez, lá fui eu ao Estúdio D da TV Cultura, tuitar o Roda Viva, desta vez com o juiz Fausto De Sanctis. A justificativa para colocar o juiz no centro da roda foi o lançamento de seu romance, Xeque Mate, que acontecerá dia 12 de agosto na Livraria Cultura do Conjunto Nacional. Responsável por diversos casos rumorosos, todos ligados a lavagem de dinheiro, De Sanctis está na fila para ser promovido desembargador do TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região, em SP – enfrentando alguma resistência, segundo a colunista Mônica Bérgamo.

Claro que nenhum dos entrevistadores se preocupou em tocar no assunto do livro. Márcio Chaer, do Consultor Jurídico, me disse na maquiagem que leu o livro em uma noite e que é bom. Foi um programa bacana por tratar muito da impunidade, de como funciona a justiça brasileira, das muitas questões de poder que atravessam o dia a dia – sobre as quais raramente temos oportunidade de refletir.

  1. Nossa justiça não funciona. De Sanctis deixou claras as razões: faltam leis adequadas, experiência por parte dos legisladores e das instâncias superiores, faltam principalmente condenações e prisões. As penas são leves (ele estava falando especificamente dos casos de lavagem de dinheiro). De Sanctis foi responsável alguns processos bastante conhecidos: Abadia, Edemar Cid Ferreira, Daniel Dantas-Opportunity, Ricardo Mansur, Naji Nahas e Celso Pitta. Adivinhem quantos foram condenados mesmo?
  2. O juiz foi claro: não adianta nada mudar o código penal se não mudarmos a cultura jurídica do Brasil. E no país se permite que as partes não digam a verdade. Este não é o País onde eu quero viver. Não é uma justiça na qual dê pra acreditar, confere? Aliás, a gente já não acredita – e banca uma estrutura gigantesca na qual não acredita.
  3. A visão de Fausto De Sanctis sobre a lei é muito interessante. “O povo faz as leis por seus representantes” e “A Constituição não é pétrea, ela pode sim sofrer alterações, pois não se sustenta se não tiver uma realidade que a sustente”. Primeira questão, pra lá de clara: nós não somos representados! A gente finge que vota, os deputados e senadores fingem que trabalham. Digo que fingimos que votamos porque o tal é obrigatório. Deputados e senadores não representam ninguém, apenas os seus próprios umbigos e olhe lá. Portanto, estamos no mato sem cachorro.

Vale a pena rever o programa, ler os comentários dos telespectadores e pensar bem em quem você vai votar em outubro.

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