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23
fev
2007

Parto Humanizado na Palas Athena

A Associação Palas Athena convida para palestra com a professora (e parteira) holandesa Mary Zwart. O tema é ótemo: Parto Humanizado – a democratização da vida.
Sempre me irritei com a questão do parto no Brasil – apesar de nunca ter feito um, sou do gênero que tem isso nos genes. Minha irritação vem do fato de nosso país oferecer uma péssima assistência às suas cidadãs. O resultado é que os números de partos cirúrgicos é astronômico e as mulheres costumam desmamar seus bebês antes dos 4 meses de vida (o ideal, segundo a OMS é amamentar pelo menos até o final do primeiro ano, o mínimo é até os seis meses).
A questão é delicada, porque envolve não só políticas públicas como políticas de corpo, que não são induzidas por ninguém, mas produzidas por todos nós. Ichi, não entendeu? Então vamos lá:
A história da extração de bebê no Brasil
Até a década de 70, nosso país conseguia ter recordes de partos normais – fazia-se muito pouca extração cirúrgica de bebês. Isso era resultado de médicos super-preparados, professores magníficos nas faculdades de medicina e mulheres não tão preocupadas com seus corpinhos. Aí veio a ditadura, caçou os médicos bacanas, deixou só os de segunda linha no comando. A extração de bebês virou uma epidemia.
Durante o governo Fernando Henrique, o ministro da saúde marcou um gol aumentando o preço pago pelo SUS por partos normais – isso se reflete no seu plano de saúde, na tabela da AMB e replica-se como um meme. Mas nas maternidades particulares os índices beiram, muitas vezes, os 98% de partos cirúrgicos.
Sabe por que?
A mulherada quer ter filho, mas tem medo das conseqüências. Em vez de se informar antes, fazer exercício, saber como é bacana fazer força e expulsar o bebê e enfrentar a dor de olho na delícia que está no final, a mulherada QUER extrair seus bebês. As complicações são um tapa na cara: bebês nascem muitas vezes antes do tempo certo, com pulmões imaturos (aumentam indices de bronquite, problemas respiratórios e alergia, p.ex), entre muitas outras complicações. Para as mães, a graça é morrer de dor depois do parto, suprimir o disparo natural do leite, que é o processo de expulsão do bebê e se tornar uma mulher pela metade.
Sou contra cesariana até a medula, já deu pra perceber. Falo mal mesmo, grito: sou contra. O custo biológico de andar ereta (em cima do salto ou da havaiana, não importa) é ter contrações para fazer nenê nascer. Ponto. Não dá pra discutir com biologia. Dá pra usar anestésico, pra fazer exercício e ser gente grande, enfrentando o problema de frente.

Por estas e outras, convido a todos a conhecer um outro planeta: o da parteira holandesa Mary Swart, que ajudou a criar o novo sistema público – que não sei se está funcionando ainda.
Parto Humanizado: a democratização da vida
Associação Palas Athena
R. Leôncio de Carvalho, 99 (Metrô Brigadeiro)
Dia 28 de fevereiro, quarta-feira, das 9h30 às 16h30 – ótimos quilos nas redondezas.
Preço: R$ 80,00 (direito a certificado de participação e material de apoio) – VAGAS LIMITADAS.

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Categorias:
educação, saúde

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