Eu entrevistei o Marcelo Pavlenco Rocha, do SOS Fauna, para o blog do PagSeguro. O título desde post saiu durante a nossa conversa. O comerciante, que hoje só se dedica à ONG, tem 46 anos. Cresceu no Capão Redondo, um bairro da periferia paulistana, onde, graças à convivência com ” a malandragem e tudo o que não presta”, soube dos casos de tráfico de animais silvestres. Foi aí que resolveu tomar uma atitude e passar as informações sobre este crime às instituições responsáveis. Como ele convivia com as pessoas, sabia que não havia resultado: “De cada 10 denúncias, 1 era atendida, 7 não atendidas, 2 tinham acerto financeiro”, contou.
Marcelo não é o tipo de ativista otimista. A conversa tem toques de amargura e decepção. É difícil manter um trabalho consistente trabalhando praticamente sozinho. Sim, ele tem seu “exército de Brancaleone” – e eu imaginei se não existem pessoas dispostas a ajudá-lo no dia a dia. Depois de 13 anos de trabalho, ele ainda tem muitas dificuldades para sustentar a ONG, seu trabalho e os animais.
Há duas partes importantes na reintegração dos animais silvestres: a sanitária, que é bastante simples, e a genética, muito complicada. Nas apreensões feitas, o maior problema é que ninguém sabe como cuidar dos bichos. Para o traficante, eles são dinheiro – e são tratados. Apreendidos, eles nem sempre recebem os mesmos cuidados. E em geral são enviados para criadores, uma forma de “legalizar” o comércio.
Em 2004, Marcelo marcou um golaço, graças ao Discovery Channel. A SOS Fauna foi escolhida para fazer um documentário para o Animal Planet. O resultado foi a entrada de 10 mil dólares, o que permitiu a construção da sede em Juquitiba, no Vale do Ribeira, onde Marcelo mantem seu centro de manejo. E tudo isso resultou na maior reintegração de aves silvestres na Bahia: 30 bichinhos voltaram a voar livres, leves e soltos.
Falta a gente trabalhar nas causas. Precisamos de políticas governamentais para agir nas origens sociais, culturais e financeiras nas regiões de captura, disse Marcelo.
A grande luta deste auto-intitulado mendigo, agora, é conseguir associados. Apesar de ter lá o seu botão PagSeguro (sim, você pode fazer a sua doação), Marcelo tem grande dificuldade para administrar os associados. E, pela conversa, não tem conexão, tempo ou mão de obra que tenham competência para ajudá-lo.
Portanto, deixo aqui um chamado a quem possa ajudar: novo site, um sisteminha bacana de administração e de disparo de newsletters vão ajudar muito o nosso amigo a conseguir os R$ 20 mil que ele precisa para conseguir manter o trabalho da SOS Fauna.