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15
jun
2007

João José Vasconcellos Júnior

2005 – 2007. Mais de dois anos de agonia, espera, ansiedade, dor. Solidariedade com a família. Raiva da grande imprensa. Entendam:
Terra
G1
Estadão
Folha Online
Se vocês tiveram paciência de ler tudo e voltar aqui… uma vida brasileira perdida em meio à guerra mais sórdida dos últimos tempos – redundei, perdão – e nem uma linha a respeito.
Nem uma linha de contexto (a Guerra do Iraque)
Nem uma linha durante estes últimos dois anos. Ninguém foi atrás. Tudo o que saiu são repercussões do Itamaraty e da Odebrecht, construtora onde o Júnior trabalhava. só o velho e bom Cláudio Tognolli, acabo de descobrir numa busca…
Enquanto isso, na blogosfera, histórias são contadas sem dó, com clareza e tranqüilidade.
E lá nos States, a viúva do lindo Daniel Pearl (repórter do Wall Street Journal morto por resultado da guerra) cria fundação, lança livro. Discute-se a blogagem dos soldados de lá, milhares de acontecimentos alijados, perdidos.
Tudo para você ficar como o seu José João, pai do engenheiro: agüenta a carga que deus manda e segura a tua onda, meu bem.
Concordo: imprensa tradicional não tem mesmo que dar opinião como nós blogueiros. Mas pode juntar fatos, editar de outro jeito, ser mais humana. Textos lindos de morte (eu mesma acho que escrevi um esta semana) são bacanas. Quando bem-feitos e editados nos aproximam de nossa humanidade, nos colocam em nosso caminho biológico, concreto, vivo.
Colocar-se a serviço, atender o leitor, definir uma diretriz de ação? Nem pensar.
Depois reclamam: ninguém compra jornal, ninguém paga por conteúdo, o público visita menos(e o Brasil, diz a BBC, é o 11o mercado mundial de banda larga). Coloca lá um blog. Faz aí um sistema de votação. Tentativas vazias de seguir tendências, sem perceber diferenças, sem criar condições diferentes que, de fato, tragam crescimento.
Valeu, João José. Sei que você foi um homem íntegro, honesto, família. Deixou mulher, filhos, irmãs, pais cheios de saudades, aliviados depois da longa espera. Faça boa companhia, por favor, ao Zezão no grande oceano da vida de onde emergimos e para onde voltamos.
Valeu, principalmente, pelo instante de lucidez. Sem cooperação, parceria e colaboração (sim, são três coisas BEM diferentes), estamos perdidos. Vai descansar que a luta agora é nossa.

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