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10
nov
2007

Esquenta BlogCamp MG

O Norberto, do Escrita Torta, convocou para um esquenta sobre o que discutiremos no próximo fim de semana, lá em BH. E levantou ótimos temas para a discussão. Embalada pela graça da joaninha no meu coolnex card (estou encantada), vou aproveitar os pontos que ele levantou e acrescentar uma ou duas reflexões próprias.

1. Como atrair os não-blogueiros? Apesar de pipocarem iniciativas divertidíssimas, que nunca citei por aqui (quem quiser pode conhecer através do Escrita Torta ou de outros blogs), eu tenho uma opinião bem formada a respeito. Para divulgar blogs para quem não tem blogs é preciso navegar. Para navegar é preciso acesso. Quem tem acesso? São cerca de 40 milhões de brasileiros, que gastam cerca de 22 horas/mês on-line.

2. Internet mineira? Ah, sobre isso não dá pra falar aqui de Sampa. Mas acredito, sim, que a web pode e deve ser local. O governo do Estado de S. Paulo tem iniciativas maravilhosas, como o Acessa São Paulo, que oferece acesso à web gratuito, por 30 minutos, em diversos pontos da cidade, inclusive estações de trem. As experiências estão documentadas, são bem bacanas e monitoradas. Acredito que um jeito de criar novos leitores é fazer uma interface com estes programas – criar oficinas de blogagem locais, mostrar ferramentas, ajudar a expandir os horizontes dos que ainda não têm tanto uso dos recursos disponíveis. Sonho? Acho que não 😀 Eles também estão dizendo: blog é coisa séria.

3. Blogs e jornalismo:

Os blogs devem necessariamente passar pelo âmbito jornalístico? Por que sempre que se fala em blogs e de sua credibilidade, sempre temos que nos basear no jornalismo cidadão? Não podemos encará-lo (o blog) apenas como uma ferramenta? E sua credibilidade, apenas um retrato do modo como o seu autor se utiliza dela?

Agora a discussão chegou na minha praia. E vou, sim, falar sobre isso em Minas (também). Blog não é jornalismo – embora crie, sim, credibilidade. Blog reporta, retrata, dá opinião. O modelo jornalístico é engessado – anúncios, leitores e custos operacionais interferem, sabemos, na produção. Os blogs abrem, hoje, a possibilidade de investigação, discussão e interação que nunca imaginamos. O jornalismo/jornalista tende a querer controlar esta produção. Coisa que vai além do bom uso do português. Inclui pesquisa, referências, leitura, transmissão e compartilhamento de saberes. Vai rolar uma boa discussão, prometo.

4. Blog como mídia relevante:

IG e Interney, encontros com Yahoo, IG, outros, Via6 criando a NossaVia com o Boombust, BlogBlogs em reformulação para turbinar os blogs, fora outras iniciativas que ainda não vieram à tona mas que sabemos que estão em períodos de incubação. Isso é a transformação definitiva dos blogs e dos blogueiros em mídia relevante e aceita? Quais os requisitos a serem preenchidos para estarmos capacitados a não ficar de fora dessa onda? O que temos que saber e dominar? Só os blogs e blogueiros “famosos” (nossas Miss Cangaíbas) terão oportunidades interessantes? Onde estão os blogs pequenos de nicho ainda não projetados?

Requisitos? Blogueiros famosos? Ah, Norberto, querido. O importante é que criamos uma comunidade. Ela é novinha, acabou de nascer. Mas já funciona, troca, compartilha. E isso cria relevância. Construímos, conjuntamente, camadas de conhecimento. Ajudamos outras pessoas a compartilharem o que sabem. Tudo isso fica disponível para quem estiver passando pelos mecanismos de busca. E nós, crianças, ficamos em busca de modelos (ver abaixo). Acredito que estamos construindo, nas pontas dos dedos, um mundo onde links, compartilhamento e dinheiro (sim, também) circulam de forma horizontal, vertical, espiral. E onde desejamos o palpite, o comentário, a interação. Somos egos inflados que adoram conversar. Prova disso são os nossos encontros, não? 😀

5. Blog como modelo de “negócio”? Ou de comunicação?

qual é o negócio do seu blog? O Ladybug Brasil nasceu para compartilhar o meu encantamento – que nasceu em 1992/93, antes da web comercial, e teima em se manter vivo – com a internet e suas muitas possibilidades. Tudo na rede se transforma em comunicação, a ação comum, aquilo que é compartilhado. Este diamante bruto já foi propriedade de uns poucos e, por obra da tecnologia, caiu nas mãos do povo. O que acontecerá? tcham, tcham… o futuro é plantado com as ações de hoje, em pequenos movimentos (que crescem conforme o tempo passa). A biologia, nestas horas, é uma boa professora. Aqui no Brasil a gente engatinha – e podemos contar com as lições de outros países, onde os blogs já mudaram, estudar os caminhos, perceber movimento.

Meus 2 centavos para uma discussão que promete…

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web/blogosfera

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