No mês passado a Índia comemorou, com toda a pompa e circunstância, seus três anos sem nenhum caso de pólio. A data é resultado de um compromisso dos mais de 120 mil membros do Rotary International no País, firmado em 1985. Desde então 1,2 milhão de homens e mulheres trabalharam para garantir esta vitória.
Mas ninguém pode comemorar nada enquanto o vírus da poliomielite ainda existir em algum lugar do planeta. E ele ainda está ativo no Paquistão, bem como do Afeganistão e da Nigéria. A batalha, portanto, continua, agora com as lições que aprendemos na Índia.
Para quem ainda não sabe, a pólio é causada por um vírus que ataca o sistema nervoso e pode provocar uma paralisia irreversível em poucas horas. A doença, que até a década de 1950 paralisava milhares de crianças por ano, inclusive em países ricos, é transmitida por condições inadequadas de saneamento, e crianças de até 5 anos são mais suscetíveis.
O grande desafio na Índia eram os muitos migrantes, as comunidades isoladas e o tamanho da população. Desde 95, entretanto, o governo e seus parceiros (inclusive o Rotary) investiu 2,5 bilhões de dólares e conquistou a erradicação – que só será oficial quando a Organização Mundial de Saúde emitir o certificado, em março. A vitória foi linda: em 2009, a Índia teve 741 novos casos (metade do total mundial); caiu para 42 em 2010 e apenas um em 2011. E este foi o último!
Segundo o representante da OMS na Índia “A erradicação da pólio é uma operação muito custosa, e então os doadores e parceiros estavam perdendo a esperança e a paciência. Agora eles estão todos muito ativamente mobilizados para canalizar seus esforços.”. Adivinhem só quem é que lidera essa luta? Sim, o Rotary International.
Em 2013, houve 148 casos de pólio no Afeganistão, Nigéria e Paquistão, enquanto 224 novos casos foram detectados em países não endêmicos, como Somália, Síria e Quênia.
Quando da confirmação do surto na Síria, O Rotary foi o primeiro a anunciar seu apoio às ações de resposta, outorgando um subsídio de US$500.000 à Organização Mundial de Saúde para contribuir ao financiamento do plano estratégico no Oriente Médio. Mas não é só na arrecadação de fundos e subsidio que o Rotary atua.
Esses países contaminados enfrentam problemas como conflitos armados e deficiências nos sistemas de saúde e saneamento básico. No Paquistão, são frequentes os atentados contra vacinadores, acusados por militantes de facções islâmicas de serem parte de um complô ocidental para esterilizar muçulmanos. É neste trabalho local que o Rotary mostra também sua habilidade de resolução de conflito e articulação local, já que seus voluntários residentes no país utilizam os seus contatos e conhecimento da cultura para atuar junto a lideranças locais para garantir suporte as campanhas.
Atualmente, 99% da contaminação pelo vírus da pólio no mundo foi eliminada. Falta muito pouco para a erradicação e o 1% restante pode colocar em risco um trabalho grandioso já feito em muitas gerações.
Por isso, a gente precisa se mexer e ajudar:
Vamos acabar com a pólio e transformar o nosso planeta num lugar mais saudável!
Imagens: Rotary International.