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26
set
2012

Eleições municipais: tô fora

máscara de V de vingança

Sim, estou fazendo apologia ao não voto. Depois de acompanhar todas as idas e vindas do Código Florestal (novo?); lei Ficha Limpa (que só tá valendo agora) mais o Marco Civil da Internet, eu venho a público dizer o óbvio: CANSEI!!

Estou me sentindo a alienada de plantão. Não gosto da sensação. E só tô fazendo este desabafo porque semana passada, no Saia Justa, o seu Leo Jaime falou algo que estou pensando desde que comecei a ser obrigada a assistir as bobagens que o TRE/TSE nos empurram olhos adentro: eleição democrática não obriga cidadão a votar. Eleição democrática não tem propaganda OBRIGATÓRIA.

Vota quem quer, faz campanha na TV quem pode e, sim, minha gente, o mundo não é justo. Que usem boca a boca, corpo a corpo, internet…

Os Tribunais Eleitorais, ah, estes, têm desempenhado o capítulo vergonha alheia e ignorância mata já há vários anos. Pra quem não lembra, foram responsáveis pelo desastre do Twitter Brasil – e hoje houve outro factoide, envolvendo o Google.

Meu pai ensinou que respeito se conquista – respeitando. Os tribunais eleitorais não me respeitam. Os candidatos eu tenho certeza que habitam outro universo, não a mesma cidade onde nasci e vivo há tantos anos. As discussões são tão plastificadas, tão chatas, tão publicitárias que dão vontade de chorar.

Passei o ano inteiro me tratando pra curar um câncer de mama. E vendo as filas que rolam nos hospitais particulares. Pronto Socorro de hospital 5 estrelas que não dá conta da demanda – e, sim, tem paciente que passa lá 12 ou 18 horas esperando leito, porque os hospitais também estão lotados. Tão achando que o problema é o SUS? O problema é dimensionamento, pensem.

Cavalete Parade SP

Passei o ano observando os números da violência aumentarem. A manchete de hoje no Estadão dava conta que os homicídios subiram 15% no Estado de São Paulo. E as autoridades? “Ah, é o esperado”. Vida, né? Não é importante, isso, quem morreu não era cidadão, certeza.

Já cansei de estender mão em cima da faixa de pedestre e ver todos os motoristas acelerarem, porque lei pra que, né? [Vai ser mais fácil morrer atropelada que de câncer]. Aí eu lembro que a lei é nacional e está no código nacional de trânsito. Impossível não pensar #soquerovernaCopa

Enquanto isso o sistema público de transporte falha, as ruas se entopem, as calçadas são horríveis – e inacessíveis para quem tem qualquer restrição de movimento. Árvores? Pra quê, né? Sampa faz questão de derrubar cada vez mais o seu pouco verde – e garantir estiagens longas e difíceis para a saúde de quem a habita. E, claro, lavar suas calçadas com mangueira.

Então, como tudo o que desejo é respeito, eu vou praticar a desobediência. Não vou votar mais. Até que eu não seja mais obrigada. Até que os cargos legislativos tenham que prestar contas aos cidadãos. Agora é com vocês. Se vocês acham que dá pra mudar esta mixórdia no voto, vão lá. Eu cansei.

Pra quem quer se divertir com a política: no sábado tem Cavalete Parade em São Paulo e em muitas outras cidades do Brasil. Um movimento que nasceu na rede e, espero, tenha muito sucesso.

Foto do destaque: rui noronha/istockphotos

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Brasil, web/blogosfera

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