Hoje é Dia Internacional da Amazônia – e o Faça a Sua Parte está com blogagem coletiva para homenagear o nosso maior patrimônio.
(Abre parênteses)
Há umas três semanas, tive oportunidade de assistir, no Discovery Travel & Living a um documentário bem bacana sobre a nossa floresta. São cinco americanos de vários lugares, com diversos perfis, viajando pelo Amazonas. Senti falta de coisas parecidas, locais. Apreciei a adoração, o respeito e o cuidado com que a Floresta foi tratada. O programa está em reprise amanhã, domingo e segunda, em diversos horários. Quem tem o canal disponível, confere horários no link acima.
(Fecha parênteses)
Dados do Boletim Transparência Florestal, elaborado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), revelam que em julho deste ano a Amazônia Legal sofreu desmatamento de 276 km². Isso representa uma queda de 71% em relação a julho do ano passado, quando o desmatamento somou 961 km² . Em relação ao mês anterior (junho), que teve desmatamento de 612 Km², foi registrado uma redução de 54%.
A primeira coisa que fiz, depois de ver os números do desmatamento no jornal, foi ir conferir as informações direto do coração da floresta. Sim, Joaninha sobrevoa a Floresta quase todos os dias, graças ao esforço e competência do Altino Machado. No blog da Amazônia, este incansável lutador publica entrevista maravilhosa sobre o assunto, com Adalberto Veríssimo, um dos fundadores e coordenadores da pesquisa do Imazon.
Adoro estes textos, mesmo. São informativos e claros. Lá no Blog da Amazônia eu descobri também o número de focos de calor – onde o Brasil ganha medalha de ouro. Juntem os meus parênteses com estas informações e saibam: a grande questão da Amazônia é que nós, brasileiros, não damos a menor pelota. Na hora que o hoax acontece, a gente corre, bate no peito, diz que aquele oceano verde e esfumaçado é nosso. E ninguém muda um centímetro de seu comportamento.
strong>Conhecer e amar é fundamental para a preservação. A minha experiência na Amazônia, confesso, é antiga (1992), aérea (estava em plena produção do livro Esquadrilha da Fumaça, 40 anos) e fugaz. Mesmo sem conhecer as entranhas da floresta apaixonei. Reparei, na ocasião, como boa filha de professora de geografia, que a mata no Pará já rareava. Só o pessoal do Greenpeace – e outras ONGs ativas na região – sabem o quanto a população local resiste violentamente a deixar a floresta em pé.
É fácil, para mim, entender – jamais compactuar – o pessoal que vive lá nos cafundós, longe de tudo. Na viagem com a Esquadrilha da Fumaça eu soube que os aviões da Força Aérea Brasileira, disponíveis para as bases locais eram sempre os mais velhos. Os mais modernos ficam, claro, em Brasília. Também soube, pelos melhores pilotos do Brasil, que cair na mata é perigo-perigo-perigo – os aviões simplesmente são engolidos pela floresta, cujos extratos mais altos chegam a 40 metros de altura.
Anos, depois, na virada do século, tive o prazer de conhecer o maior poeta que a Amazônia já produziu: Thiago de Mello. Na rápida entrevista e apresentação que assisti, no Centro Cultural do Banco do Brasil, Rio de Janeiro, fiquei encantada pelo ritmo das águas, que marca a Amazônia. Até que, em 2006, fui atormentada pela seca que assolou a região. As causas? Adivinhem: desmatamento.
A minha idéia é simples. Enquanto os gringos não se importam nem com o calor – que, sim, é opressor – nem com os mosquitos, nem com os riscos; a gente fica sentado assistindo documentários gringolândios sobre o assunto.
Não é à toa, né? Quantos pacotes você vê, nas agências de viagem, nos anúncios por aí convidando a conhecer o local? Manaus tem o mais belo Teatro do Brasil (hoje com show de Lenine); há vários cruzeiros. Em Marajó, as cerâmicas podem encantar. Há inclusive os hotéis de luxo, totalmente ecológicos.
Meu pitaquinho – e, lembrem, eu assino todos os manifestos a favor da Amazônia, pelo desmatamento zero e o que mais cair embaixo de meus olhos: vamos invadir a floresta. Como turistas conscientes da nossa importância para aquele ecossistema econômico. Seja no mochilão ou no luxo dos cinco estrelas, minha declaração de amor é esta: vamos conhecer a Amazônia de perto!
P.S: no caminho, achei um álbum sensacional sobre a Amazônia no lindo e maravilhoso Flickr. Visitem!
fotos: Castanheira Amanhecer, de Vicente Pinheiro, no Flickr de Ana Cotta; amazônia, no Flickr de pedpaula
; Amazônia por weba.