A Lu Monte encontrou a última maravilha da tecnologia da compostagem. É o Nature Mill. Uma composteira compacta (custa US$ 300,00) que você pode ter em casa – sim, eles mandam para o Brasil.
Do tamanho certinho para colocar até dentro do gabinete da cozinha, esta engenhoca ajuda a acabar com o lixo, como propõe o Jorge no artigo de sexta-feira.
A engenhoca, movida a energia elétrica, transforma seus restos de comida em adubo – rico em nitrogênio e ótimo para colocar na sua horta, nos vasos.
Com capacidade para 55 kg de lixo orgânico, o Nature Mill adiciona ar, ambiente quentinho e pequenos aditivos (cal e serragem, já inclusos no pacote), mais um filtro para eliminar odores e produz logo ali algo que é valioso: adubo.
Conheci a minha primeira composteira por volta de 1990, na casa de uma amiga que vivia no “meio do mato” (Embu, quilômetro 26 da Raposo Tavares). Ela simplesmente cavou um buraco no quintal, onde despejava todo o lixo orgânico da cozinha e cobria com terra. No final do mês, o lixo tinha virado adubo – ia para os canteiros – e o processo começava novamente.
É um enorme desperdício o que se faz com o lixo orgânico por aqui. Ele vira chorume, metano, exige montanhas de investimento para ser tratado. E poderia virar algo mais bacana: adubo. Antigamente a Prefeitura aqui de S. Paulo tinha uma usina de compostagem – na região da Vila Romana, às margens da Marginal do Tietê. Quem conheceu lembra do mau-cheiro eterno. Informação retirada da tese de doutorado de Luciana Pranzetti Bandeira, defendida na Faculdade de Saúde Pública da USP:
No Brasil, 60% da composição dos resíduos é matéria orgânica passível de reciclagem por meio do processo de compostagem, um método simplificado e sem custos elevados para o seu tratamento sanitariamente adequado. No entanto, as usinas de compostagem são vistas somente como grandes obras de engenharia, capazes de reduzir o volume de resíduos, produzindo um composto de baixa qualidade e vendido a preços irrisórios.
O funcionamento do equipamento é descrito numa imagem:
No compartimento de cima, o lixo é misturado, areado e aquecido. Quando se decompõe, cai na bandeja inferior, onde o processo segue em frente. Uma luzinha vermelha avisa quando o composto está pronto lá embaixo.
Adaptado para as voltagens de todo o planeta (funciona de 110 a 240 V), o equipamento pode requerer adaptadores para a tomada (nada grave) e o filtro, de carvão, dura de 4 a 5 anos. Se não quiser comprar o refil da empresa, não tem problema: você mesmo troca o carvão ativado e pronto.
Você pode instalar na cozinha, na garagem, na lavanderia e até no quintal, exposto a chuvas e trovoadas. Eles sugerem uma tomada especial para o último caso, mas cá entre nós: é um equipamento bacana para colocar bem perto de onde a gente separa o lixo…
O consumo de energia, diz o press-release, é de 5kWh/mês. E o resultado é um suprimento constante de adubo da melhor qualidade – para o jardim, a horta, seus vasos. Lançado no começo deste ano, por engenheiros comprometidos com o meio ambiente, o Nature Mill está vendendo muito bem entre os nossos irmãos do norte. Uma ótima idéia muito bem feita. E recomendo, aos leitores que conseguem entender inglês, um longo passeio pelo site dos moços. É um exemplo de boa construção.