Daí que aparece na TV e nos portais a notícia de um estupro coletivo na cidade de Queimadas, na Paraíba. Não bastasse a gente ter que encarar a insegurança total e irrestrita, somos obrigados a assistir cenas de barbárie absoluta!
A história é sórdida: um homem deu de presente de aniversário ao seu primo um crime. Os dois irmãos que organizaram a festa teriam simulado um assalto, com a ajuda de outros homens, para violentar as mulheres convidadas, usando capuzes e máscaras de carnaval. Seis mulheres foram agredidas e estupradas. Duas delas, Michele Domingues da Silva (29 anos) e Isabela Pajussara Frazão Monteiro (27 anos), identificaram seus algozes e por isso foram assassinadas.
O pior detalhe desta festa macabra? Na TV, o que virou manchete foi a proibição do uso de máscaras na cidade.
Enquanto isso a gente se arrepia ao pensar em mulheres sendo amarradas, vendadas, amordaçadas e estupradas em uma festa. De caso pensado. Ok, eles estão presos. A delegada que investiga o caso parece estar cumprindo seu papel lindamente. E as moças que sobreviveram? Como fica a vida delas?
Até quando?
Porque vamos combinar, é o fim da picada um homem estuprar uma mulher. Sabemos, pelas pesquisas, que os estupros são praticados, na grande maioria dos casos, por conhecidos. Um “não” que é desconsiderado.
Este tipo de violência não tem que existir. Ponto final.
Ele é derivado, me perdoem, da sensação de que homens são donos das mulheres. Que não faz mal chamar a moça de “gostosa” na rua. Daquele conceito rançoso de que “mulher minha não trabalha fora”. Todas expressões do machismo que vigora e é reforçado entre nós todos os dias.
Este post, parte da blogagem coletiva do LuluzinhaCamp e do Blogueiras Feministas é para dizer: esta barbárie aconteceu. Nada de deixar em branco. Nada de esquecer. Choramos, todas nós, por estas e todas as mulheres que são violentadas todos os dias.
Foto: Maks Karochkin, CC-BY
P.S. Nem bem tinha acabado de escrever o post, veio a notícia de uma MENINA (12 anos) que foi estuprada dentro de um ônibus no Rio de Janeiro. Chega de impunidade!