Esta semana o Estadão publicou uma matéria otimista sobre o Óbvio!, carro elétrico carioca que foi resgatado do esquecimento por um fundo de investimentos. Eu já estava com a idéia de escrever sobre isso há tempos. Explico: em mil novecentos e guaraná com rolha eu divulguei um carro elétrico experimental para uma corrida de carros solares, que atravessava a Austrália e acontecia a cada três anos. Na época, eu tinha um grande amigo que havia sido presidente da Eletropaulo. E ele não tinha a menor dúvida em dizer: “Carro elétrico não vai dar certo. Eu aposto no hidrogênio”. As explicações? Baterias pesadas, a questão da produção de energia elétrica e autonomia limitada. A questão da autonomia está mais ou menos resolvida com os híbridos, carros que usam tanto as baterias como o motor a combustão. Detalhe: nenhum produzido no Brasil.
Embora a gente tenha trocentas notícias de carros elétricos no Brasil e no mundo, das grandes marcas (Renault planeja lançar o seu daqui a dois anos) às produções artesanais, a grande verdade é que a maioria é balão de ensaio. Um exemplo? A Fiat divulgou a produção da Palio Weekend a bateria em 2009. Só que o projeto não saiu do papel e a montadora não está investindo no assunto.
Há um projeto totalmente brazuca em andamento. O Clube do Carro Elétrico converteu um Gol de linha em carro elétrico. Já está feito e sendo apresentado – mas será que ganha escala? Numa cidade como São Paulo, com milhões de carros, uma frota significativa de carros (e, por que não?, ônibus) elétricos significaria menos poluentes e menos ruído. Sim, porque os bonitinhos não fazem barulho! Melhor: o custo de manutenção é baixo…
Na Islândia, graças à tecnologia, venceu o hidrogênio (link em inglês). Tudo porque eles têm fontes renováveis por lá que garantem fornecimento tanto para carros e ônibus como para barcos. E por aqui, quem vocês acham que vai vencer?