Esta pergunta me surgiu pela primeira vez há coisa de uns seis meses, quando fui a Rio Claro, no interior de S. Paulo. Em vez das matas que havia à beira da rodovia, ou das plantações de laranja, vi cana, cana e mais cana. Aprendi a ter medo de monocultura – ela tende a detonar o solo e costuma ser ambientalmente matadora. Hoje, um olho na biologia outro na psicologia formei uma crença, que é quase minha religião: diversidade, diversidade, diversidade.
Em minhas leituras, semana passada, dei de cara com um post no Ecogeek, sobre a eficiência dos biocombustíveis comparada com a energia solar. Claro que a fonte não é muito isenta. A revista EV World, que promove carros híbridos (Eletric Vehicles). Mas esta questão é bastante importante para nós, brasileiros.
Com os investimentos maciços em álcool – lembro de ter datilografado o trabalho do meu pai para a Escola Superior de Guerra, nos idos de 76/77 – e, mais recentemente, em biodiesel, o País se anuncia como produtor de combustível verde para o mundo. Será mesmo? Alguém fez um estudo de impacto ambiental desta história? Na minha busca encontrei um estudo da Nova Zelândia sobre disponibilidade e custos de energia renovável. Pouca coisa recente aqui no Brasil.
O bacana do estudo citado pelo Ecogeek é a comparação quantitativa; quantos quilômetros você roda com cada acre utilizado na produção – e a energia solar pula na frente de todos. Enquanto o biodiesel de soja rende 3.860 quilômetros por acre, a fazenda solar dá 3.620.000 quilômetros por acre. Claro que para aproveitar isso, você vai precisar de um carro híbrido…
É uma boa discussão, na qual é preciso aprofundamento. Vale a pena devastar florestas para plantar boi (como acontece no Mato Grosso) ou para plantar cana – e fazer álcool – e soja – e fazer biodiesel? É uma pergunta para ser respondida coletivamente, nas políticas industriais, de produção energética, nas licitações, no nosso consumo de todo dia.
Aliás, hoje tem Earth Hour. Uma hora sem luz. Aqui em casa, estarei desligadinha… mas vou usar eletricidade no cinema. Mais que isso: a gente desliga a energia elétrica e acende velas? E dá-lhe CO2 à solta. É bacana alertar para a mudança no clima. Mas apagar a luz resolve? Ou é melhor consumir com parcimônia? Mudar hábito de consumo?