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10
fev
2011

Aterros sanitários desativados podem gerar energia elétrica

Aterro Bandeirantes, Fernando Stankuns, CCfoto: Fernando Stankuns, CC

É impressionante como o Brasil tende a desperdiçar recursos. O lixo, nós já sabemos, é um dos principais produtos deste desperdício. São Paulo, o município, produz, em média, 17 mil toneladas de lixo diariamente (lixo residencial, de saúde, restos de feiras, podas de árvores, entulho etc). Só de resíduos domiciliares são coletados quase 10 mil toneladas por dia. Menos de 1% deste volume é reciclado.

Segundo a Prefeitura, a coisa é administrada assim: A Loga realiza a coleta da região noroeste da cidade de São Paulo. Além da coleta, a Loga administra o aterro Sanitário Bandeirantes, em Perus, e o transbordo Ponte Pequena. A Ecourbis realiza a coleta da região sudeste e administra o aterro São João, na Avenida Sapopemba, e os transbordos Vergueiro e Santo Amaro. O aterro sanitário Bandeirantes está desativado desde o mês de março de 2007, mas tem captação de gás. O material coletado pela concessionária é levado para o aterro de Caieiras. O aterro São João está recebendo, parcialmente, os resíduos coletados pela Ecourbis. A outra parte está sendo levada para o CDR Pedreira (aterro particular).

O Aterro Bandeirantes é um caso de estudo à parte. Trata-se de um dos exemplos mais conhecidos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, método proposto pelo Brasil e aprovado pelo Protocolo de Kyoto para redução de emissão de gás carbônico. Com uma área total de 1, 4 milhão de metros quadrados o Aterro Bandeirantes está desativado desde março de 2007. Durante 28 anos de uso, recebeu cerca de 36 milhões de toneladas de resíduos. A captação do biogás gerado no aterro foi iniciada em 2004 após uma série de estudos preliminares sobre a viabilidade do projeto e a instalação de uma usina termelétrica a biogás em 2003, onde o gás captado no aterro é tratado (retirada a umidade e feita uma pré-filtragem) e depois transformado em energia.

A instalação destas usinas, além de evitar a emissão de gases poluentes, traz como benefício a geração de energia e lucro pela venda dos créditos de carbono. O grande empecilho é que estes projetos exigem investimentos iniciais bastante altos o que pode acabar inviabilizando sua execução principalmente para municípios pequenos. No entanto, uma alternativa que vem sendo adotada com sucesso em algumas regiões do Brasil é o “Consórcio entre Municípios” onde diversos municípios pequenos e próximos resolvem construir em conjunto um aterro sanitário de maiores proporções melhorando assim, a relação custo-benefício do projeto.

Mais que reuso, reaproveitar de alguma forma as montanhas de lixo produzidas pelo excesso de consumo parece uma solução bacana. Entretanto, estudos mais recentes dizem que o mecanismo não está funcionando como deveria. Isso, junto com o fato de que a gente continua a viver como se nada morresse, me arrepia, pra dizer o mínimo.

Que tal começarmos a praticar consistentemente a filosofia dos R’s: Reduzir, Reusar, Reciclar!!!

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ecologia, Rede Ecoblogs

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