Antes de continuarmos nosso passeio pelas espécies que sombreiam as ruas e calçadas de São Paulo, quero compartilhar uma coisa com vocês. Buscar imagens para estes posts tem sido uma aventura difícil. Impressionante como há pouco material fotográfico disponível para usar na rede. O meu velho salvador, Flickr, que tem inclusive grupos dedicados exclusivamente à cidade, tem pouquíssimo material. Ok, também acontece que muita gente não coloca o nome da árvore na tag da foto – e aí, ninguém acha mesmo.
foto: mauro guanandi, em CC.
Ipê – uma das espécies mais conhecidas e cultivadas no Brasil, os ipês têm o país em seu nome científico. Tabebuia quer dizer madeira que flutua em guarani. Sim, a arvore sempre foi usada em embarcações e nas estruturas de construções coloniais. Seus cachos cor de rosa florescem em contraste com o azul intenso do céu de inverno.
Jacarandá-Mimoso – embora digam que o jacarandá mimoso é originário da Argentina, seu nome deriva do tupi guarani, y-acá-ratá significa “o que tem centro duro”. Em São Paulo pinta com seu roxo as calçadas, ruas e parques. Os portugueses levaram a árvore para outras colônias. Pretória, na África do Sul, é conhecida como “cidade dos jacarandás”.
Jerivá – palmeira nativa muito cultivada, o jerivá se adapta bem a todos os climas e mesmo à poluição das grandes cidades. Seus frutos são os preferidos dos pássaros, principalmente araras e papagaios que a gente já não tem em São Paulo. É uma das poucas espécies que faz parte da arquitetura de Niemeyer. Está tanto ao redor da Oca como no Memorial da América Latina.
Paineira – tronco grosso, coberto de espinhos grandes em contraste com as flores rosas e a paina branca, que sai dos frutos. Sua madeira também é preciosa como a paina, que costumava estofar colchões, almofadas e travesseiros em tempos menos anti-ácaro.
Palmeira-Imperial – veio da França como presente para D. João VI e se tornou espécie paparicada no Horto Real, hoje o Jardim Botânico do Rio. Em São Paulo, as palmeiras estão principalmente perto do patrimônio cultural – e nas obras de paisagismo da gestão Marta Suplicy, que plantou várias delas pelas avenidas da cidade.
Pau-Ferro – comum da Mata Atlântica, é espécie muito usada no reflorestamento de áreas degradadas. Fácil de reconhecer: o tronco é malhado de tons que vão do bege ao marrom escuro. Há conjuntos de paus-ferro em várias avenidas paulistanas – Nove de Julho e Santo Amaro, por exemplo. Outra coisa: por aqui estão grandes exemplares da árvore, plantados no início do século 20.
Quaresmeira – quando os portugueses chegavam, a Tibouchina costumava florir durante a quaresma, daí o nome. Típica da região há mais de 120 espécies e suas flores podem ser roxas ou cor de rosa. Detalhe: por conta da poluição, as pobrezinhas andam estressando e florindo muitas vezes por ano.
Seringueira – a grande figueira não é uma seringueira de verdade e marca a paisagem. Tem imensa capacidade de suportar a poluição do trânsito intenso e chegou à cidade há pouco mais de meio século. A raiz é invasora e agressiva e pode causar danos a calçadas, muros e instalações subterrâneas.
Sibipiruna – estas árvores vivem por mais de um século. Imagine se aquela, que está logo ali na esquina contasse tudo o que viu? Que vergonha para todos. Ela pinta de verde e amarelo a cidade e nos oferece sombra generosa com sua copa (quando a prefeitura não detona para cuidar dos fios).
Tipuana – é uma das árvores mais comuns em São Paulo, vinda da Bolívia. Começou a ser usada na arborização urbana nos anos 1950. Em geral seu tronco está coberto por uma trepadeira. Você encontra verdadeiros corredores de tipuanas no bairro dos Jardins e na Cidade Universitária.
fonte: Árvore Cidade São Paulo, editora Uiti