Primeiramente, #FORATEMER.
Segundamente: Hoje se reuniram umas 40 ou 50 pessoas na Paulista. Foi tudo lindo até o Fantástico entrar no ar. Por volta das 21h15, quando as pessoas voltavam para casa, a PM – que tem medo do PCC e adora atirar em cidadão, seja de bem ou não – soltou bomba pra todo lado.
Enquanto a gente publicou milhares de fotos e vídeos mostrando pessoas em paz, caminhando e dançando, havia nos lugares de sempre o chorume de sempre: tem que bater, arrebenta, vão pra Cuba – as impropriedades que só quem é “outro” recebe*.
Fato: 100 mil pessoas caminharam cinco quilômetros por São Paulo, da Paulista ao Largo da Batata, na maior paz, pedindo eleições diretas e a defenestração do golpisto. Na paz. Na boa. Porque acham que é isso e é do seu direito achar o que bem entenderam. [Apoiei de longe porque estou com dor].
Sob o pretexto de “desaparelhar” o Estado, o que está sendo feito, desde 31 de agosto é retirar vozes da sociedade do governo. Na Saúde, nos Direitos Humanos, em todo canto há uma caça às “bruxas”. E o paradoxo é que as bruxas são exatamente quem está caçando pessoas.
Não se engane, porque a todos os “veículos mainstream” escritos e falados vão enganar – e, pior, tentar te assustar, te manter calado e isolado. Você tem que ter outras fontes: Jornalistas Livres, Ponte, Pública, Lupa, Aos Fatos, Jornal GGN, Revista Brasileiros, The Intercept Brasil. Há que cavar muito para conseguir uma boa dose de informação de verdade.
Entendam de uma vez por todas: quem é contra o Temer não é necessariamente petista ou apoia a Dilma. Fui contra esse impeachment forjado e falsificado. E não sou por Dilma (embora depois de 17 de abril ela tenha conquistado minha eterna simpatia pela coragem e postura diante destes canalhas).
Quem me conhece, sabe bem do meu “porra Dilma”, repetido à exaustão nos últimos anos. Vi as manifestações verde-amarelas como vejo as crianças que fazem birra porque não querem comer brócolis. Gente mimada que não sabe brincar, não desce pro play.
Das coisas mais loucas que ainda temos que entender é como Collor, Renan, Cunha, Maluf e Temer seguem na vida pública como se nada tivessem feito de mal a este país. Bandido que é bandido mesmo, no Brasil, continua solto e tem cadeira no Congresso Nacional, com raras e honrosas exceções.
Ir pra rua pedir #ForaTemer e #DiretasJá é a cara do Brasil que o Cunha fundou no dia 17 de abril: a gente andou muito pra trás em poucos meses. Direitos básicos estão sendo cassados na prática, seja pelas leis e decretos publicados no Diário Oficial da União, seja por uma polícia que não cumpre a lei, ataca cidadãos e não dá acesso aos detidos no dia de hoje na Paulista que não estão em qualquer delegacia, mas no DEIC. [update antes de publicar: foram 8h para que advogados tivessem acesso às pessoas detidas ANTES do protesto].
A cada notícia, meu estômago se revira. E eu vivo, na pele, algo que já aconteceu em 64. A gente tem que ir pra rua, sim, porque direito é pra todo mundo – mesmo pra quem não pensa como você. E lei é pra ser cumprida, coisa que a polícia não está fazendo – a PM não cumpre nem as próprias normas, veja.
A gente vai pra rua porque quer democracia de verdade. Porque sabemos bem que a corrupção nasceu em 1500 e não com o PT. A gente também sabe que esse papo furado de Escola Sem Partido é conversa pra boi dormir – e tentar evitar que as crianças pensem.
Sim, irei pra rua gritar #ForaTemer sempre que puder. Sim, vou brigar pela continuidade e expansão do SUS. Sim, quero o fim da polícia militar. Sim, quero escola pública de qualidade pra todo mundo. Sim, quero um Brasil melhor. Este é o meu – que vou construindo como posso, sempre que dá, em cada pequena ação – como não jogar lixo na rua ou pagar meus impostos direitinho ou exigir serviço público de qualidade.
Se o golpisto não aguenta oposição, a porta da rua é serventia da casa. Pode ir saindo que a gente comemora.
*vale um adendo: por que em pleno século 21 ainda existem “humanos” que querem a morte – ou ferimentos – para outros humanos? Melhorem. Sua ética e sua moral estão bem tortas.