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22
nov
2007

Abaixo a dengue

 

Quem convocou foi a Meire, do Pensieri e Parole. Quem avisou foi a Aline, que é companheira no Desabafo de Mãe. Adorei o tema, porque a epidemia está difícil de combater. Apesar das campanhas, dos comerciais e da falação o mosquiton continua ganhando a luta. E resolvi: vou entrar. E nada me deterá!

O mal-falado Aedes aegypti não é o único mosquitinho que transmite o vírus. Para seu conhecimento , ele é menor que o pernilongo e só ataca de dia. E os sintomas da dengue são muito parecidos com gripes e resfriados. E todo cuidado é pouco na hora de se auto-medicar, viu?

Claro que para escrever este post corri ao oráculo em busca de mais informação. Resultado: muitas respostas que valem ouro. No Hospital Santa Lúcia (gostei do nome :)) descobri detalhes mais que desimportantes: a doença foi registrada no Século 18 em Java, mas só no século passado a Organização Mundial de Saúde a reconheceu como doença.

Informação importante
Os sintomas (febre, prostração, dor de cabeça e muscular generalizada, muitas vezes acompanhados por manchas vermelhas) são confusos e nada claros. Resultado: além de ser fácil confundir com rubéola, sarampo ou leptospirose, são necessários exames de sangue para descobrir se o ser humano está ou não infectado. Ah, tá.

O vírus que causa a dengue se chama Flaviviridae . Há vários tipos e todos agem no sangue: um dos locais preferidos pelo vírus no corpo humano é o tecido que envolve os vasos sangüíneos. A multiplicação do vírus sobre este tecido provoca a inflamação dos vasos. Resultado: o sangue circula mais lentamente. Como a circulação fica mais lenta, é comum que os líquidos do sangue extravasem dos vasos e ele fique mais espesso. quando isso acontece, ele pode coagular dentro dos vasos, provocando entupimentos (trombos na linguagem médica). Pior ainda: os tecidos e órgãos recebem menos oxigênio e nutrientes e ficam debilitados. Se não houver tratamento específico, pode haver um choque circulatório. O sangue pára de circular, os órgãos ficam prejudicados e podem parar de funcionar. Erro fatal, diria qualquer computador. No organismo, é morte mesmo.
A dengue e o tempo

  • O vírus da dengue precisa de tempo para se manifestar no homem ou mesmo para infectar o mosquito transmissor. A idade ideal do mosquito para transmitir a doença é a partir do 30º dia de vida. O Aedes tem um ciclo total de 45 dias.
  • Uma vez contaminado, o homem demora entre 2 e 15 dias para sentir os sintomas da doença.
  • Há um período para que o mosquito se contamine ao picar um homem. Vai desde o dia anterior à febre até seis dias depois desta. Fora desse tempo, o mosquito pica e não se contamina.
  • Depois de picar o homem, só depois de oito dias o Aedes consegue contaminar outro homem.

Evitar todo este ciclo é fácil: teoricamente, basta evitar água parada. Ela aparece, descobri lá no blog da Aline, inclusive no ar condicionado, vejam só. No blog da Meire, já está um mapa superlegal com a dengue em todo o mundo. O Ministério da Saúde faz o que pode – sem ter direito a toda a CPMF que tem direito. Mas governo, vamos combinar, nunca é o melhor agente de mudança. Quem a produz somos nós. Então, cuide dos seus pedaços: em casa, no trabalho, onde quer que passe.

E, para quem mora em Sampa, um aviso: deixe o pessoal do Centro de Controle de Zoonoses entrar, vistoriar os vasos e checar se não existem focos de contaminação. Para minha surpresa (e dela também), a casa da minha mãe, toda cuidadinha, tinha um foco de dengue (ainda eram larvas) numa fonte (que tinha a tal da água sanitária). Foi graças à inspeção da prefeitura que o foco foi devidamente eliminado antes que se tornasse um perigo. Taí mais um serviço que merecia uma fatia da tal da CPMF… aliás, a gente bem que poderia fazer uma blogagem coletiva, google bomb ou planalto bomb pra terminar com este imposto idiota, não?

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Categorias:
Brasil, saúde, web/blogosfera

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