Para quem não conhece, São Francisco Xavier, distrito de S. José dos Campos, é uma Área de Proteção Ambiental. Conheci há uns cinco anos por conta de um ex-namorado. Reencontrei uma amiga de infância por lá, a Liliana. E foi ela quem me mostrou o lado escuro do “hype” ecológico de SFX, como a chamam os íntimos.
No alto da Serra da Mantiqueira, São Francisco Xavier é privilegiada com matas que cobrem seus acidentados terrenos. Haja morro – e as visões são maravilhosas (a foto acima tirei da casa da Lili, nas pequenas férias que tirei em fevereiro). Eu adoro aquele pedacinho de Brasil. Mesmo. Tanto é que já fiz post no Goitacá incentivando visitas.
Pois é. Dona Liliana, ecologista e militante desde sempre, conta lá no post a história inteirinha de como terras que deveriam ser preservadas – pois guardam o rio que abastece a cidade – foram compradas por um grupo de investidores que, claro, conseguiu autorização para retirar a madeira existente. Você também descobre que este mesmo grupo fechou o acesso à Cachoeira das Couves, para explorar a atração turística. E fica sabendo que, apesar da militância e do envolvimento desta mulher, que chegou a levar os fiscais do IBAMA no seu próprio jipe para embargar o corte assassino das árvores do terreno.
E que, apesar dos esforços, do documento feito para restringir o corte e evitar a degradação ambiental, as motoserras continuaram (como sempre) impávidas. O resultado?
Estão cortando lá em cima e desbarrancou tudo. Entrou terra nos canos e entupiu toda a caixa d’água. Acabaram com o Rio das Couves. É só terra. E agora vem a Vanguarda (TV local da Globo) fazer uma reportagem na praça.
Pois é. E onde estava a Globo quando a “Terra da Alemoa” foi vendida? Onde é que eles estavam quando foi feito o documento para minimizar o impacto ambiental? Agora há 4 mil habitantes, com centenas de cursos de água e cachoeiras em volta sem água. Bah. Isso é ecologia no Brasil.