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17
fev
2007

A primeira entrevista não é minha!

Desde o começo do blog quero colocar entrevistas no ar. A primeira, com Marcio Ribeiro, tive de pegar emprestada da Mari, do Poucas e Boas. Vou explicar: sou amiga do Megatom há quase dez anos. É um amigo mais que querido – não há objetividade que resista. A Mariana Valadares, lá de Rio Claro fez a entrevista e eu dei uma “editada”.
Divirtam-se, me contem o que acham, leiam a íntegra, assistam ao show do Márcio no Comedia ao Vivo.

Como criou o Comédia ao Vivo?
A idéia foi do Danilo Gentili. Eu sou taurino e demoro para fazer as coisas (rs). Fundei o Comédia junto com o Fábio Rabin e convidamos o Luiz França e a Dani Calabresa. A idéia é fazer uma noite de humor gostosa. Acertamos no bar (ao Vivo) e no dia – segunda-feira não tem nenhum lugar para ir.
Fazemos esse tipo de humor meio desconhecido, que chamamos de humor do dia-a-dia, o tal “stand-up”. Acho essa história de “Stand-up” meio elitizada. Fazemos o chamado humor inteligente, que sai do dia-a-dia, da observação. A gente faz caricatura do que vê. Não tem piadas antigas, bordões, nada, é um humor que a moçada gosta.
Qual a graça do stand-up para o público?
Por que eles gostam desse tipo de humor? Porque gostam de ver os outros se ferrarem. É engraçado ver os outros se darem mal.
O stand-up tem algumas regrinhas básicas: só gordo fala de gordo, só japonês fala de japonês, só negro fala de negro. Nós, às vezes, damos uma extrapolada nisso, mas procuramos manter. Basicamente, falamos de nós mesmos. Tem o Luiz, que fala que sai com mulher feia, eu que falo que não saio mais com mulher, que ninguém se arruma para sair com isso e depois dos infartos ficou bem pior a coisa. (rs) Quer dizer, o público vê você se sacaneando e gosta muito.
Isso daria certo na TV brasileira?
Difícil! Na TV ainda tem aquele formato do Jô Soares, Max Nunes e Chico Anísio, que é o bordão e pronto. No Comédia ao Vivo é diferente. Nós temos um convidado por semana e ele faz o que quiser – pode até ficar sem roupa, ou seja, não precisa fazer stand-up. O Robson Nunes já apresentou o Mano Bráulio, que é um personagem, imitação do Mano Brown. Nós somos um pouco mais maleáveis nesse sentido, o convidado fazendo o que quiser e a gente mais livre no palco.
As pessoas lembram de você por causa do X-Tudo (TV Cultura). Isso atrapalha? Já achei que atrapalhasse, mas não é assim. Eu não posso negar, até brinco no quadro do “Comédia”. Foi um sucesso… Tenho umas histórias… Estava em Olinda, daí eu ouvi um menininho falar: “Mainha, é o gordo do X-Tudo.” (rs) Porra, cara! Eu estava a milhares de quilômetros da minha casa, chorei. É uma coisa que você fica, né? Fui para Nova Iorque uma vez, encontrei uns brasileiros e os caras quiseram tirar foto comigo. Um dia fomos fazer uma matéria na Disney, estava eu e a diretora. Na hora de ir embora encontramos um menino que ficou: “olha o cara do X-Tudo” e a mãe dele falou para a gente: “ele ficou mais contente de ver você, que o Pateta”. (rs)
Isto é gratificante, né?
Pô! Uma vez estava jantando em um restaurante eu e o Cássio Scapin, que fez o Nino do “Castelo Rá Tim Bum”, tinha um menino olhando para gente com cara de “olha o Pateta e o Mickey.” (rs) Tem isso, não dá para negar. Com certeza não atrapalha, é sempre carinhoso. No “Comédia” é outra história, é humor, é baixaria.
Você levou a sua carreira para a comédia? Ou foi algo natural?
Foi natural. Eu sou palhaço desde pequeno. (rs) Quando eu fazia teste, falava: “O teste aqui é de gordo ou de engraçado?” Acabei fazendo muita coisa séria, mas só me viram com esse lado de comédia e eu gosto muito. A cabeça já está treinada para pensar em comédia. Vai tentar escrever um texto desses. Para mim é tão natural, a gente tem que fazer com que seja natural, parece que é feito na hora. As pessoas diziam ao Nelson Rodrigues – não querendo me comparar a ele -: “Seus textos são muito simples” e ele: “só eu sei o trabalho que eu tenho para deixá-los assim”. (rs)
Quais as novidades para 2007?
Eu estou escrevendo o meu próximo projeto, é um show solo… Como é mesmo o nome do show? Eu sempre esqueço… (rs) Acho que é “Venha enquanto durar”, uma coisa assim. (rs). É um cara que teve infarto, parou de beber, parou de fumar, parou de sair com mulher. (rs) Lastimável. Será um show de meia hora, uma hora só de stand-up. Quero fazer em vários lugares. E tem o “Comédia ao Vivo”.
Uma mensagem para encerrar.
Uma frase que eu ouvi, muito bacana, não sei de onde é: “Tudo aquilo a que você dá atenção, cresce.” Se você não dá atenção para a sua vida, ela não cresce.

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