Ladybug Brasil
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O post está na gaveta desde o começo do mês. Vergonha! Vou publicar antes que ele termine. A Paula Kim chegou na minha rede já não lembro como e ficamos em contato por e-mail. A cada de vez em quando ela manda coisas interessantes.
No início de março ela mandou o link do filme dela no Festival Babelgum. Neste instante, são 296 filmes inscritos. E na página inicial, Spike Lee, jurado do festival, declara:
“There is a wealth of talent out there that wouldn’t usually get recognition or exposure if it wasn’t for festivals such as this. It really does represent a new era in film-making and puts the film-maker in more control of getting their productions seen”
Em Fim de semana, Chu-mar, Paula mostra o dia de uma moça. Filmagem interessante, de 8 minutos, em alta qualidade, graças ao sisteminha proprietário (é preciso baixar programa para assistir, preparem-se). Paula tem 24 anos, chegou a Seul em 2006, onde faz o master (mestrado, imagino) em direção de filmes em Seoul, na Korean National University of Arts. Eventualmente faz freelas de roteiros para o Brasil. Também dá aulas de inglês, faz traduções (coreano-ingles-portugues).
A moça se formou na ECA-USP em Audiovisual. Aos 17 anos, no primeiro ano da faculdade, em 2001, seu vídeo “Sexo Explícito” ganhou o prêmio de voto de audiencia pela Directv no Festival Mundial do Minuto, do Marcelo Masagão. O vídeo (feito em VHS, na ilha seca da faculdade) foi para alguns festivais, ganhou o prêmio de melhor animação de escolas latinas de cinema no Uruguai e chegou a ser exibido na Gwanjgu Biennalle, na Coréia.
Seu currículo inclui passagens pela Tratoria DiFrames; núcleo de conteúdo de internet da Tv Cultura e Editora Abril. Ela avisa: “gosto muito de fazer direção de arte, tenho um lado visual forte”. Quando terminou a faculdade, refez o vídeo do Festival do Minuto em minidv e produziu “Sexo Explícito 2”, também de um minuto. A dupla também passou por alguns festivais.
No Babelgum
Paula recebeu um aviso do festival por e-mail. Adorei a reação dela quando perguntei quais eram as suas influências cinematográficas (ninguém nunca perguntou isso…). Ela citou longas de Billy Wilder, Wes Anderson, Tim Burton. E, depois de algumas linhas mandou:
“Mas pra ter idéia para filme, acho que influência cinematografica não ajuda muito. No meu caso, parte das minhas experiências, das dos meus amigos, de como estou me sentindo no momento, e, muito, de fotos, pinturas, desenhos, gibis, e música. No fim, quando voce trata de um assunto que você conhece bem, e voce é sincero, o resultado é o seu proprio ponto de vista, sua interpretação das coisas. As influências só aparecem se elas se adequarem ao que você precisa comunicar.”
Confesso que fiquei meio de mau humor por ter que baixar o Babelgum para assistir. Passou quando assisti ao curta, em ótima qualidade, sem exigir muito da máquina (tá, meu computador é um pouco parrudo, isso não vale pra todo mundo.) Para votar, é preciso assistir no programa em sua máquina. Mas dá pra assistir on-line. (mesmo assim, você vai ter que baixar o treco, fique avisado).
Sobre Chu-mar (Weekend)
Eu escolhi finalizar o filme – captado em 35mm – em hd [moro com outras pessoas em um espaco pequeno e não tenho onde armazenar a película, além de eu pessoalmente achar muito peso para carregar, porque me mudo com freqüência], e muitos festivais grandes ainda não aceitam esse suporte de mídia.
Aqui na Coréia, por outro lado, e raro um festival que não tenha deck de hd, e eu pessoalmente, como diretora, gostei muito da combinação “filmar em 35+finalizar em hd”. Eu me surpreendi com o resultado na qualidade da imagem e na praticidade do hd. Não me preocupo com aquelas sujeirinhas que podem aparecer na película com o tempo, nem com um possível transporte indelicado. Além disso, o custo do som stéreo, em termos técnicos, é zero. Pra estudante…
A ficha técnica
título: Chu-mar (ingl : Weekend)
2008 / 8min50s / color / 16:9
captação: 35mm / exib: HD
direçãoo/roteiro: Paula Kim
país: Coréia do Sul
