Este seria um ótimo post para o dia da água (22 de março) quando haverá blogagem coletiva. Mas como tem seminário sobre o assunto segunda e terça, eu tenho certeza que vou sair cheia de novas informações sobre o assunto. E já deixei passar muito tempo pra falar desta notícia…
10 de março. Todos os grandes sites – e até o Jornal Nacional, repercutivam a pesquisa da Associated Press sobre a água norte-americana estar contaminada por pequenas doses de drogas receitadas pelos médicos. Ano passado, minha atenção foi capturada pelo efeito que estas pequenas doses (de anticoncepcional, no caso) tinham sobre os peixes. Os machos eram “afeminados”, o que causava um problema na hora da reprodução, claro.
A grande questão das drogas nas águas, na verdade, não é tanto a saúde humana, mas o seu impacto ambiental. Qual o efeito de antidepressivos, antibióticos, hormônios e analgésicos nos peixes, algas, nas plantas irrigadas? Segundo o estudo da AP, que investigou os reservatórios em diversos estados dos EUA e também fez pesquisas nos peixes, já há alterações genéticas nos peixes.
A grande questão: desde a descoberta da penicilina e, depois, da aspirina, a indústria farmacêutica cresce e aparece. É a indústria que mais investe em pesquisa e desenvolvimento – e colabora com a nossa saúde. Sem ela, ainda morreríamos de cachumba, pólio, tuberculose e sífilis, sem falar em outras desgraças que abatem seres humanos sem dó nem piedade. Esta indústria, que movimenta bilhões de dólares anualmente, concentra-se nos EUA, diz estudo de 2007 da EFPIA, entidade que reune as farmacêuticas européias. E consumir medicamentos indiscriminadamente faz isso: polui.
E agora?
Junto com a notícia do recorde do degelo nas geleiras divulgado pela ONU, com a escassez de água e a espera pelos efeitos da poluição chinesa nos esportistas que irão às Olimpíadas, temos mais e mais preocupações. Quando é que vamos mudar de hábito – coletivamente.
Imagem do Flickr de Bern@t