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02
out
2007

Doação de órgãos – vai deixar pros vermes?

Para estrear a casa nova, vai um post que será compartilhado no Nossa Opinião. Sim, a Lucia Freitas escreve em mais um blog! A nossa idéia é compartilhar opiniões sobre um determinado assunto. E o tema de estréia é a doação de órgãos.

O governo federal lançou campanha, colocou anúncio na TV, faz o maior estardalhaço. Desta vez, eu apóio cada centavo gasto. O Prof. Dr. Agenor Spallini Ferraz Professor Associado do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP diz com todas as letras, em um artigo, que a escassez de órgãos e tecidos tem origem na rejeição das famílias à doação. Em alguns países, diz o médico, chega a 50%!

Não é para menos. Já pensou? Teu marido (mulher/filho/mãe/pai) acaba de sofrer morte encefálica e chegam os médicos querendo o que restou. Por isso, desta vez, a campanha do governo está no rumo. Diz para quem quiser ouvir: se quer ser doador, avise sua família!

A primeira providência é doar o que é possível em vida: sangue e medula óssea. Doei sangue em julho. Vou doar de novo em novembro (quando já estou liberada). E estou me devendo uma visita à Santa Casa de São Paulo, que faz o cadastro de doadores de medula óssea. Já estou doando em vida, já que a gente nunca sabe o dia de amanhã. Afinal, se eu me contaminar com HIV ou qualquer outro impedimento, danou-se a doação após morte encefálica. Isso sem falar que pode ser que eu morra num acidente – e pode ser que todos estes órgãos, em razoável estado de conservação (os pulmões eu já detonei com 20 anos de fumo) sejam todos desperdiçados.

Pela lei brasileira, todos somos doadores. Quem não quiser doar, que peça carteira de identidade de não-doador. Portadores de HIV também estão fora da lista. Eu penso, cá com os meus botões: é um jeito feliz de sair da vida. Ou de ficar, já que um pedaço seu vai dar saúde e nova vida a outra pessoa.

Com o Sistema Nacional de Transplantes e a Lista Única de Receptores, o processo está bem mais justo e transparente. Agora só falta aparelhar os hospitais de cidades menores – que, em geral, subnotificam e não captam órgãos.

Em julho, durante o lançamento de campanha contra o uso de álcool em casa, conversei com o Dr. Marcos Leiros presidente da Sociedade Brasileira de Queimaduras. Vocês sabem que até a pele se pode aproveitar? Ajuda muito em casos graves de queimadura – cujas principais vítimas, lembre, são crianças.

Mais informações?

ABTO – Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos
Central de Transplantes do Estado de São PauloAdote: Associação Brasileira pela Doação de Tecidos e Órgãos

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