foto: David Bleasdale, em CC
Para quem não sabe, eu escrevo alguns blogs corporativos sobre e-commerce. E também escrevo (menos do que gostaria) no Balela, criado pelo Manoel Netto para educar o internauta brasileiro sobre as ameaças à segurança que vivem soltas na rede. O comércio eletrônico brasileiro é um rojão que ninguém segura. Enquanto a gente vê as taxas de crescimento de varejo “físico” em volta de 7%, aqui na internet a coisa cresce em ritmo acelerado – 2010 promete chegar ao fim com crescimento de 35%. Mesmo com lojas caretas, que não prestam lá muitos serviços, com descrições de produtos copiadas e coladas do manual de fábrica – porque ninguém investe em conteúdo decente, diga-se, que dá muito trabalho e tem custo.
Segundo o último relatório do e-bit, no primeiro semestre deste ano, houve um crescimento nas vendas online de 40% em comparação ao mesmo período do ano passado. Cerca de 20 bilhões de consumidores gastaram algo em torno de R$ 6,7 bilhões em compras pela Internet. Nos últimos 20 anos, o comércio eletrônico foi um dos segmentos da economia que mais cresceu.
E a coisa só está começando. Ainda há, no Brasil, um longo e difícil caminho a percorrer. Além de empresas que evitam toda e qualquer crítica – e, portanto, perdem ótimas oportunidades de melhorar seus processos e serviços – o e-commerce brasileiro sofre com a ignorância do consumidor. Ainda bem que desconhecimento é mal que se cura fácil. Basta informação.
Nos últimos meses, surgiram duas iniciativas dignas de nota: a Carta de Princípios do Comércio Eletrônico (que orienta todos os setores, inclusive consumidores) e uma cartilha do PROCON. Enquanto a Carta (o link acima é direto para o PDF) é genérica, na cartilha do órgão de defesa ao consumidor, as orientações são detalhadas e atravessam todas as etapas da venda ao pós-venda.
Ambos os documentos tem quatro páginas apenas. A cartilha do PROCON é didática como deve ser. Já a Carta de Princípios é um documento mais formal, criado pelo Fórum de Comércio Eletrônico, ratificado pelo CGI.br (Comitê Gestor da Internet no Brasil) e recomendado pelo Ministério Público Federal. Na minha experiência de internauta, há duas questões básicas:
Apesar de não parecer esta questão é importante inclusive para quem defende a neutralidade na rede. Porque quanto menos incidentes tivermos, menos interferência haverá de “poderes” que não entendem patavina querendo controlar logs, acessos e companhia ilimitada. Vale espalhar a notícia e educar o máximo de pessoas possível. Porque a previsão do e-bit é que teremos mais alguns milhões de internautas fazendo suas compras pela primeira vez ainda em 2010. E que venha a conexão móvel pra vocês verem só qual será a questão de segurança!