Há mais de um ano, fiz um post sobre o perigo das lâmpadas econômicas, que são altamente tóxicas por conta do mercúrio que contem. Este material contamina nossos aterros, ares e corpos e pode causar mutações genéticas e câncer. Este assunto sério é o foco do trabalho da Naturalis Brasil. A empresa de Itupeva, São Paulo, desenvolveu uma maquininha sensacional, o Papa-Lâmpadas. Ao depositar a lâmpada lá, ela extrai o mercúrio de forma segura e tritura os outros materiais. Como resultado, a gente preserva o meio ambiente.
Descobri a história porque aconteceu uma operação Papa Lâmpadas aqui em São Paulo no começo de julho. E aproveitei para conversar com o Plínio César Di Masi, sócio da empresa, sobre a máquina, como funciona e como contratar o serviço.
Como funciona o Papa-Lâmpadas? Ele serve só para as tubulares ou processa também as compactas?
Plínio: A máquina processa as compactas também. Ela retira o vapor de mercúrio e tritura o vidro.
Vocês vendem as máquinas?
Plínio: O Papa-Lâmpadas é cedido em comodato aos nossos clientes. Nós oferecemos também o treinamento para a operação da máquina. Hoje temos 18 pontos de venda do serviço em 15 Estados. São quatro mil empresas usando nosso serviço.
Qual o impacto disso no processamento deste lixo tão perigoso?
Plínio: Hoje o Brasil processa 5% de todas as lâmpadas fluorescentes consumidas. Nosso trabalho é de formiguinha, porque não há vantagem econômica, como acontece no caso do alumínio, por exemplo. A Naturalis, aqui na fábrica, processa 150 mil lâmpadas todo mês. Mas as empresas resistem a contratar o serviço, porque é só custo.
O que o consumidor domiciliar pode fazer para reciclar suas lâmpadas?
Plínio: É importante ter cuidado para não quebrar a lâmpada. Teoricamente, toda Prefeitura deve ter uma divisão de serviços encarregada por recolher este tipo de lixo. A maioria realmente tem.
Resumo da ópera: empresa ambientalmente responsável (ou que diz que é) deveria ter uma destas maravilhas para processar suas lâmpadas.
Reportagem básica: liguei no 156 (central de atendimento da Prefeitura de São Paulo) e pedi a informação. Não tive resposta. No site, as lâmpadas são classificadas como não recicláveis (não são mesmo), mas a maior cidade do país não tem política para recolhimento deste verdadeiro perigo à população e ao meio ambiente.
Veja matéria do Repórter Eco (TV Cultura) com o pessoal da Naturalis