Hoje abri o jornal e descobri que um moço de 19 anos morreu a uma quadra de casa, enquanto eu, atordoada pelo cansaço, dormia… Sim, trata-se do jovem garçom que foi esfaqueado no Morro Branco, mais conhecido por Amarelinho. Bar que, confesso, freqüento com meus amigos quando o dinheiro está curto ou não quero “fazer exposição de minha figura”.
Depois do francês morto após a Parada Gay, este é o segundo incidente violento aqui por perto. Nota-se, desde os “atentados do PCC” do ano passado, a redução do policiamento no bairro – que é chique, endinheirado, tem delegacia bacanuda bem pertinho. A PM tem medo da rua, a Civil não foi feita pra policiar me conta minha fonte.
Enquanto isso, cidadão trabalhador que vai tomar sua merecida cervejinha com os amigos após a semana de trabalho corre o risco de não voltar para casa. Tanto no Estadão (a matéria está melhor, mas fechada para quem não é assinante) como na Folha, tem-se a impressão que a história foi de graça – um bando de meninos, convenientemente rotulados de punks, que saiu quebrando o que encontrou pela frente.
Apesar do dia conturbado (hoje faleceu o Mário, marido da Gina, zeladora aqui do prédio) tentei conversar com o povo do Amarelinho. Sem sucesso, claro, porque ninguém quer comentar o que aconteceu. Entre as fontes alternativas – taxistas e a concorrência – que estão disponíveis neste domingão meio esquisito, ninguém estava por perto durante a confusão.
Juro que lembrei do Zé Grandão dizendo que o ofício de repórter se faz 24 horas por dia – “a gente ouve o barulho e vai lá ver o que está acontecendo”. Me senti uma péssima repórter hoje. Poderia ter furado tanto Estadão como a Folha aqui no Ladybug…