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16
fev
2010

A magia de Buenos Aires

Este post é resultado da viagem feita a convite do Royal Holiday.

Entre os dias 6 e 9 de fevereiro tive o gigantesco prazer de estar em Buenos Aires a passeio. Para quem gosta de cultura, design, gastronomia, arquitetura e história, a capital da Argentina é puro prazer. As ruas e avenidas largas, a beleza dos canteiros arborizados, os passeios que começam e terminam em coisas belas… Eu só tinha visto a cidade em dias cinzentos e congelantes. No verão, mesmo com as chuvas constantes, o céu azul faz toda a diferença, podem acreditar.

Foi a minha segunda vez nesta cidade sensacional. Retornar a uma cidade que a gente já conhece é uma experiência que recomendo a todos os turistas.

A vida de uma turista “veterana” fica sorridente na cartografia fácil da cidade portenha. E hospedar-se num hotel de luxo em plena avenida 9 de Julio – embora as tomadas sejam de um padrão saído do inferno – é luxo em geral reservado aos executivos, ricos ou aos clientes da Royal. O grupo: Cely Carmo, jornalista e gerente de mídias sociais da Burson Marstellers, uma boa companheira do trabalho neste mundo digital; Pedro Serra, jornalista carioca e mantenedor do Blog Sem Destino e Andréia Lino do Mundo Afora. Para completar, nossa luxuosa e especialíssima “guia” Andrea Hernandez (sin “i”).

Este post tem três partes: este sobrevôo genérico, para os apressadinhos, e seus detalhes, devidamente publicados no Goitacá.

Dia 1: Arte, parilla e risadas

Eu e a “tia” Cely (que cuidou de nós com enorme zelo, carinho e atenção) saímos de São Paulo e chegamos a uma Buenos Aires nublada às 11h30, antes de todos. Depois de conhecermos Andrea (sin “i”), nos instalamos em nossos respectivos quartos e almoçamos no restaurante do hotel. Logo depois descobrimos o Celtic Pub – lugar onde é permitido fumar, beber, navegar e jogar sinuca.

No fim da tarde, conheci o Pedro recém-chegado e fomos todos ao Malba para a exposição de Andy Warhol – e conhecer o lindo acervo. Os destaques do acervo, numa mostra feita para combinar com o Warhol: Berni e Portinari frente a frente, Nelson Lerner, Frida Kahlo, Diego Rivera e, até que enfim, vi pessoalmente o Abaporu, de Tarsila do Amaral. O passeio foi uma descoberta. Pedro se encantou com os trabalhos de Berni – que também estava com exposição no Museu de Belas Artes. Eu ainda não decidi do que gostei mais: da arquitetura do museu; da lojinha recheada de objetos sensacionais para todos os usos e gostos; se foi o café maravilhoso ou o “gritômetro” na porta.

À noite, Andrea nos levou a Las Cañitas. O trecho de Palermo, atrás do campo de pólo da cidade, guarda a Rua Baéz que tem duas quadras cheias de bares e restaurantes maravilhosos, onde os portenhos se alojam nas mesas das calçadas, com ou sem suas crianças, para curtir parillas, drinques, pratos ótimos. Fomos ao La Fonda Del Polo (Baéz, 301). Enquanto Cely e Pedro pensavam, eu e Andrea resolvemos o menu: bife de chorizo, costelas, vacio, papas e uma bela salada. Depois de uma caminhadinha pelas calçadas, para digerir o banquete, sentamos num café que tinha uma única mesa.

Dia 2: Um lugar escondido em San Telmo e a descoberta de Palermo Soho

Por conta da insônia, perdi o city tour que estava programado para o segundo dia. Como o Pedro tinha passado mal durante a manhã, fomos encontrar Andrea, Cely e Andréia em um restaurante em San Telmo. Ainda bem que o Pedro habilitou o roaming e a gente pode se comunicar. Depois de pedir ao taxista para fazer o caminho de turistas – foi a primeira visita do Pedro a Buenos Aires e ele já tinha perdido o city tour -, chegamos ao Casal de Cataluña. De um lado fica algo como a embaixada da Cataluña por lá. Do outro, o restaurante. Tudo é lindo, lindo, lindo. E a comida? Tapas, leitões, tortillas… não importa qual seja a sua escolha, a cozinha é impecável. A dica é: coma o crema catalana como sobremesa. Simplesmente perfeito!

Depois deste festim – do qual Pedro não participou, pois se sentiu mal – fizemos uma bela caminhada pela feira de San Telmo. Da primeira fez, num city tour a caminho de La Boca, eu só havia conhecido a praça e um pedacinho pequeno da La Defensa (a primeira rua de Buenos Aires, dizem). Desta vez caminhamos com gosto, guiadas pela Andrea. Além da feira de antiguidades, da Igreja e dos shows de tango, há muitos antiquários e, impressionante, lojas de design muito bacanas. Turistas e portenhos se misturam no passeio dominical e não é nada raro você encontrar grupos de brasileiros por ali. Conheci também dois antigos mercados, o primeiro mercado municipal de Buenos Aires, cuja estrutura é toda em aço sem soldas, e a Pasaje de La Defensa, uma galeria comercial – há muitas outras – construída em 1876.

Eu havia pedido para conhecer a livraria El Ateneo. E lá fomos as quatro, cansadas, derretidas de calor. Qual não foi a minha surpresa ao ver uma loja da sorveteria Un Altra Volta no caminho! Depois de ficar boquiaberta com o Ateneo, lá fomos nós em busca de sorvetes. Ô vida mais ou menos, sabem?

No fim da tarde, voltamos ao hotel para um breve descanso. O programa virou uma “noite de mulheres”, pela ausência de Pedro. Andrea nos apresentou a Palermo Soho numa noite quente de domingo. A primeira parada foi o restaurante Quimbombo, que serve comida natural e drinques. Alimentadas, tivemos energia para caminhar pelo bairro. Lojas lindas, ruas arborizadas (inclusive uma árvore escultura) e depois de algumas quadras, demos a noite por encerrada.

Dia 3: Compras, Puerto Madero e mais compras

O último dia em Buenos Aires teve gosto de quero mais – e passou rápido. Andrea nos explicou tudo sobre a Royal Holiday, fizemos um tour pelo hotel e pulamos dentro da van em direção ao Abasto, um shopping instalado num antigo centro de abastecimento na Avenida Corrientes. Sacolas em punho, fomos a Puerto Madero almoçar com a Andrea num restaurante italiano muito bacana. Foi ótimo rever a Praça da República, a Casa Rosada e a Aduana a caminho do nosso compromisso. Depois das fotos de todos com a Ponte das Mulheres como cenário, cada um tomou seu próprio rumo. Eu fui dar uma voltinha pelos caminhos que já havia palmilhado na outra visita: Córdoba, Florida, Paraguay, 9 de Julio.

Para fechar o passeio de todos, foi programado um jantar com direito a show de tango no Tango Porteño (cuidado ao entrar, não tem botão para desligar o som), um teatro gigantesco em frente ao hotel. Eu, Andréia e Cely desfrutamos de um típico jantar e um show muito bem feito – que termina com Piazzola e seu Adiós Nonino.

Na travessia da 9 de Julio – larga, leva dois tempos – encontramos um casal turistas japoneses fazendo graça com o tango. Do outro lado, numa lojinha compramos os alfajores recomendados pela Andrea: Cachafaz. Segundo nossa sábia guia, a nova marca do fundador dos alfajores mais conhecidos do planeta, os Havanna. Eu é que não ia trazer pro Brasil um produto que compro na esquina de casa, né? O duro, entretanto, é encontrar os tais Cachafaz. Missão cumprida, só restou fazer as malas e voar para São Paulo na manhã seguinte, com o coração recheado de alegria pelos últimos três dias.

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