Depois que escrevi o post sobre o PPBr, o Lamps, que faz parte do grupo, veio aqui comentar. Como boa blogueira não foge à conversa (que está lá, quase inteira no post original), eu resolvi fazer uma entrevista rápida por e-mail. O primeiro a se apresentar foi o Bruno Lamps, meu comentarista preferido, que também indicou o Adriano Belisário. Você lê as respostas a seguir.
Bruno Lamps
Quando e por que entrou no Partido?
BL: Descobri que afinal fazia sentido compartilhar as coisas pela net quando o piratebay foi derrubado, e ocorreram aquelas manifestações na Suécia. Gostei pacas da ideia, e me inscrevi no fórum do pp internacional. No fim de 2007, apareceu um cara chamando quem estava inscrito no tal fórum para montar uma página para o partido brasileiro, e eu comecei a participar.
O que significa exatamente ser membro?
BL: Pra mim, ser um membro ativo significava tentar montar uma página legal, e pensar uma estrutura online para fazer crescer o nosso movimento. Agora uso o termo quase-membro porque o grupo tem o intuito claro de montar um partido, então eu procuro me voltar para atividades que não estejam diretamente ligadas à criação de um partido. =]
O conceito de “ser membro” do grupo é um tanto vago, uma vez que não temos ainda projetos em progresso, “sobre os trilhos”.
Num partido pirata, na sua opinião, é preciso hierarquia? Ou dá para fazer colaboração mais horizontal ou rizomática, como a gente faz na rede?
BL: Eu diria que em qualquer partido político dá pra se organizar de modo mais horizontal, assim como muitas empresas estão buscando fazer.
Com a palavra, Adriano Belisário
Por favor, se apresente, rapaz.
AB: Sou jornalista e moro no Rio de Janeiro.
Qual sua “posição” no Partido Pirata do Brasil?
AB: Comecei a me envolver no final do ano passado, quando a coisa ainda estava bastante no campo das ideias e ajudei a organizar dois dos três encontros presenciais que já organizamos este ano. Mas não me considero em uma posição diferentes de nenhum dos outros membros.
Como vocês estão se organizando?
AB: Através de coletivos locais (RJ e SP por ora) e usando as ferramentas que temos na internet, em especial o Fórum e a Lista de emails.
Quais as necessidades do partido hoje?
Acredito que nos falta uma representação maior fora do eixo RJ-SP. Sofremos também com a falta de encontros presenciais para um melhor planejamento das nossas ações.
E as ferramentas?
Usamos uma lista de email, o portal na internet, fórum e wiki. Para o segundo semestre devemos preparar o pirataria.org que será um braço do Partido Pirata menos preocupado com o Partido e mais com o Pirata.
O que está mais ativo: o fórum ou o wiki? Existe um “canal de comunicação” melhor para entrar na comunidade?
O melhor modo de entrar na comunidade é ingressando no Fórum e na Lista. Colocar o nome e contato no wiki da sua região também é um bom começo.
Vocês apoiam os movimentos dos ciberativistas (FMPB, #meganão)?
Sim, muitos de nós participamos ativamente de outros movimentos como estes. O apoio do Partido Pirata a eles ainda está um tanto implícito, mas estamos preparando uma forma de articular e dar visibilidade às nossas parcerias.
Como outras comunidades podem entrar na “luta” com vocês?
Ingressando e participando da lista e do fórum e, principalmente, divulgando a cultura do livre compartilhamento com ou sem menção direta ao Partido Pirata. Qualquer um que pense além dos limites estreitos da propriedade intelectual é um “filiado” em potencial.
Direto do Wiki, indicado pelo Belisário, meu trecho preferido:
O que é ser um pirata?
Ser um pirata é ser livre, é defender a liberdade do conhecimento, do compartilhamento de arquivos e ser contra qualquer tipo de controle de redes de comunicação ou o cerceamento ao acesso ao conhecimento. Em uma visão tradicional, nós temos como pirata o rótulo do bandido colonial, que foi a visão passada pela elite da época e que ficou marcada na história. Porém, quem estudou as sociedades piratas viu que existia muito do conceito de “troca” entre seus membros. Exatamente como fazemos hoje com os arquivos de músicas e filmes. Além dos piratas desafiarem o monopólio do comércio colonial, assim como os piratas atuais desafiam o monopólio da “indústria cultural”. E, assim como os piratas dos mares eram difamados em seu tempo, nós, piratas online, o somos também. Há muito de “pirata” no que fazemos hoje em dia com relação a internet.
E atenção, leitores:
1. quem quiser conversar ou simplesmente ouvir o que os piratas brasileiros têm a dizer: Twitter! @partidopiratabr tá no ar e bem vivo
2. Domingo, dia 2 de agosto, teoricamente, há reunião do coletivo Pirata de Sampa (aposto uma mariola que já já o Lamps vem aqui contar se tem ou não)
Data: Todo primeiro domingo de cada mês, 15h.
Local: Centro Cultural São Paulo (Metrô Vergueiro).
Local de encontro: Em frente a entrada da lanchonete.