Direto do Blog Oficial do Google… a empresa de cérebro e pinky jura que pensam verde e que serão uma empresa com emissão neutra e têm um plano público que todo mundo pode acompanhar. Eu não agüentei e fui lá fuçar tudo…
A missão do Google é organizar a informação mundial e torná-la universalmente acessível e útil. Centenas de milhões de usuários acessam seus serviços diariamente e para dar conta deste tráfego (são alguns muitos terabytes de transferências) são necessários muitos computadores. A equação não é fácil: usar a energia da melhor forma e oferecer um serviço bacana para todos. Há dez anos atrás, eles começaram o trabalho de transformar esta estrutura o mais sustentável possível. Hoje eles acreditam que têm os data centers mais sustentáveis do mundo – e vão apresentar isso no CeBit em Hannover, Alemanha, agora no começo de março.
Olhem só o gráfico que eles apresentam
A história se baseia em cinco pontos principais:
1. Reduzir o uso energético dos servidores
Como? (tradução livre do site) Tiramos as partes que não são necessárias, por exemplo, as placas gráficas. Também otimizamos servidores de racks para usar o mínimo dos “coolers” (ventoinhas). Mais ainda, eles são controlados para girar tão rápido quanto necessário para manter a temperatura do servidor estável. Encorajamos nossos fornecedores (todos) a produzir componentes eficientes não importa se estão em espera, em capacidade total ou mínima.
2. Reduzir o uso energético dos data-centers como um todo.
Um data-center é o nome chique para um depósito que tem milhares de servidores. Como estas máquinas consomem montanhas de eletrricidade, é necessário uma montanha de equipamentos elétricos para energizar os servidores, inclusive geradores que os alimentam em caso de queda da energia. Em geral, de 10 a 20% desta energia é perdida. O nosso primeiro objetivo foi eliminar esta perda.
Toda a energia que entra num data-center termina como calor e por isso há ventiladores, bombas e muito ar condicionado para eleminar este calor todo. Em muitos data centers só o resfriamento é responsável pelo consumo de 20 a 70% da energia. Felizmente há um jeito bem mais simples de resolver este assunto: deixar a água evaporar.
Esta é a forma como nosso corpo mantém sua temperatura quando o ambiente ultrapassa os nosso 36º C. como? Energia transforma água em vapor e esta energia é o calor, sugado do ambiente, causando um efeito refrescante. É assim que funcionam os data centers do Google. Abaixo o esquema simples das torres de ventilação dos caras:
Quando este esquema não dá conta os “chillers” entram em ação – e consomem muito mais energia – sem falar na água… com estas torres, os data centers do Google passam a maior parte do tempo no que eles chamam de “refrigeração gratuita”. Isso significa que os “chillers” não foram ligados. Claro que o sistema não é exatamente “grátis”, mas é bem menos caro e mais eficiente.
Deste jeito eles usam nos data centers (pelo que entendi… chequem) 16% de energia, enquanto o EPA chega a 96%… Deu um trabalhão, eles garantem, mas reduziram muito a pegada ecológica – e baixaram seus custos.
Observação da Joaninha: porque foi mesmo que eu não comprei estas ações quando era possível?
3. Conservar água, usando água reciclada para refrigeração.
Lá nos Estados Unidos, esta economia de energia tem uma contraparte: para cada kW economizado, são economizados dois galões de água. Ou seja, de quebra, os caras ainda economizam uma montanha de água potável. Tem mais: no final de 2008, duas instalações já estavam usando 100% de água reciclada. E o novo objetivo é que 80% da água reciclada em TODOS os data centers em 2010 (ano que vem). Para conseguir isso vale tudo: esgoto industrial, água de chuva, esgotos da cidade. Eles tratam e colocam lá nas torres de resfriamento… Detalhezinho: o lugar do data center da Bélgica foi definido por conta da possibilidade de usar água reciclada…
Observação da Joaninha: estes moços são inteligentes, né?
4. Reusar ou reciclar todos os equipamentos que saem dos data-centers.
Bah, os caras reusam ou reciclam 100% (tudo) que sai dos data-centers. A média nos Estados Unidos é de 18% segundo a EPA. O resto vai para aterros… (céus!) Segundo eles, 68% do material é reutilizado por lá mesmo. O restante é destinado a instituições que precisam de equipamentos. Algumas peças, entretanto, são irrecuperáveis. E aí, tio Google? Eles são encaminhados a revendedores. Detalhe: eles têm que assinar um compromisso de práticas de trabalho justas e socialmente responsáveis e política de zero tolerância para lixo eletrônico, aterros, icineração ou exportação para países em desenvolvimento. O compromisso é com o gerenciamento sustentável da infra-estrutura computacional durante o ciclo de vida completo de cada máquina.
5. Envolver os parceiros no uso de práticas energéticas inteligentes.
Para fazer isso, o Google usa os padrões do Climate Savers Smart Computing, uma iniciativa da própria companhia e da Intel criada em 2007, que começou no espírito do WWF climate savers – que mobilizou dúzias de companhias a cortar suas emissões de carbono e demonstrando que isso é um ótimo negócio. O objetivo da CSSC é promover desenvolvimento, e a adoção de tecnologias que possam aumentar a eficiência energética dos computadores e reduzir o consumo de energia quando estão inativos. A missão possível deles? Reduzir o consumo de energia dos computadores em 50% até 2010 (ano que vem… )
Melhor: Eles incentivam o uso de energias renováveis (que são minoritárias nos States, vamos lembrar), têm um guia para nós, simples mortais consumidores, escolhermos máquinas eficientes e mais uma montanha de campanhas bacanas, como a Power Down the Planet, que convida os universitários a reduzir a energia utilizada…
Dica da Nospheratt.