Navegue
11
set
2009

5 motivos para S. Paulo alagar em qualquer tempestade

Jardins sob chuva
(a foto é de dezembro, mas a cena aqui na frente de casa foi igualzinha)

Terça-feira, 8 de setembro de 2009. Volta de feriadão, semana curta que sempre começa na correria. Na cidade que nunca para, formaram-se filas de 160 quilômetros de congestionamento – lembrem-se, os números da CET sempre são abaixo da realidade. Além das grandes avenidas alagadas, houve pane nos serviços telefônicos – sem contar as mortes. Enquanto o governador e o prefeito tentaram tirar o corpo fora (adorei o bate-boca no Datena ontem no fim da tarde), a população se indigna.

A culpa sempre é do outro? Não. É de cada um dos milhões de cidadãos que ocupam esta cidade. E dos seus administradores – indicados ou eleitos – que não fazem o seu trabalho como deveriam.

1. A cidade recicla apenas 3% do seu lixo. Não sabemos ao certo para onde vão as mais de 15 toneladas produzidas diariamente. Aterro sanitário em ordem? Rios? E o material das caçambas obrigatórias? Não faltam casos de gente que usa terrenos baldios, joga tudo nas calçadas, nos rios…

2. Faltam lixeiras no mobiliário publico. As lixeiras de plástico pretas já foram quase todas devidamente depredadas. Faltam cinzeiros ou locais seguros para as bitucas dos fumantes expulsos para as calçadas. Querem prova? As marginais amanheceram cheias de lixo – até cones quebrados da CET estavam nas margens da pista, prontas para entupir as bocas de lobo. Para completar o caos, a Prefeitura está na entressafra política e quer economizar os trocados dos varredores…

3. Impermeabilização – São Paulo de Piratininga surgiu numa bacia de rios. A gente cobriu boa parte com asfalto e pouca gente sabe que está sobre um riacho canalizado quando anda por nossas ruas. Para completar a catástrofe, paulistano tem horror a quintal ajardinado – é coisa de “rico”, dá trabalho. O resultado são quintais cimentados ou pavimentados, poucas árvores (e a mudança climática resultante) e enchente.

4. O poder público só pensa em obras viárias – e os cidadãos em comprar carro novo. O Rei Trânsito reina absoluto sobre os paulistanos. Em vez de campanhas de conscientização, melhorias no transporte público e mais investimentos para transporte rápido e confortável das periferias para o centro, o que a gente vê é ampliação de faixas. Todo mundo pensa no “conforto” do carro e se esquece de criar uma vida sustentável, adequada à metrópole em que vivemos. Nós temos escolha: procurar trabalhos próximos (ou de acesso fácil por transporte público); mudar nosso estilo de vida e caminhar mais.

5. Trabalho à distância é utopia – As empresas brasileiras não sabem como administrar funcionários se eles não estiverem sob seus olhos, sob regime de vigilância eterna. O resultado é que há muita gente que poderia trabalhar de casa pelo menos alguns dias da semana, aliviando o tráfego, mas isso não acontece. FAIL.

Se você lembrar de mais algum fator que esqueci, use a caixa de comentários e vamos tentar melhorar um pouquinho a nossa qualidade de vida.

Postado por:
Categorias:
Rede Ecoblogs

Procurar

Canais

Novidades por e-mail

Se quiser receber as atualizações por e-mail, deixe seu endereço aí embaixo...

@lufreitas

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons — Tema LadybugBrasil desenvolvido por André Bets e Fabio Lobo