Ladybug Brasil
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Tudo que não invento é falso.
Manoel de Barros é poeta de invenção, lindo, lindo, lindo. Nascido e vivido no Mato Grosso, só “bombou” em 97. Ainda bem que este fazendeiro se guarda todas as manhãs no seu “escritório de ser inútil” e continua ativo, escrevendo. Estão lá seus quase 300 “Cadernos de Rascunho”, feitos por ele mesmo, cobertos pela caligrafia miúda e a lápis.
Como eu sei de tudo isso? Acabei de sair da exibição de Só dez por cento é mentira, a desbiografia de Manoel de Barros que está em cartaz na Mostra de Cinema. Doce, lindo e fiel, o filme é narrado por seu diretor e respeita todas as falas do poeta. Prepare-se para lindas imagens, as incríveis linhas deste nosso poeta, depoimentos-delícia e todos os dez por cento de mentira e noventa por cento de invenção de Manoel de Barros.
O convite para a pré-estréia veio do Marcio Paes, diretor de arte (e blogueiro), amigo do Zander. Que direção de arte! Que fotografia! Tudo feito em digital, editado em dois Macs, com uma delicadeza que coloca o corpo letral em brasa no coração.
Gol de placa, o filme foi exibido agora a pouco pela primeira vez dentro da Mostra, na sala 3 do Espaço Unibanco da Augusta. Sala cheia. Ao final dos 75 minutos, aplausos em pé. Esta joaninha – que também se considera inútil, mas não chega nem ao dedinho do pé deste senhor de 92, já nos minutos finais do filme se perguntava: será que demora muito o DVD? (gente! eu não compro DVD, não sou de reassistir filme!) Lindo, doce, tocante, emocionante.
Se vocês querem ver por si mesmos, dá tempo. Ainda há exibições na Mostra Internacional: dia 20, segunda, às 16h30 no Unibanco Arteplex 3 (Shopping Frei Caneca) e no domingo, dia 26 de outubro, às 21h, no Unibanco Arteplex 2 (também no Frei Caneca).
P.S.: Eu queria muito ser um mosquitinho para ver o rosto do Manoel de Barros assistindo ao filme…
