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28
out
2008

Outubro rosa: os fatores de risco

Para fechar a série do Outubro Rosa, nada melhor que entregar o que falta de informação: os fatores de risco para câncer de mama. Este artigo foi produzido com material diretamente do Breastcancer.org, que tem tudo o que a mulherada precisa saber – mais fóruns e parcerias bem bacanas com empresas que permitem deitar e rolar na rede. Fica a sugestão para a Fenamama melhorar a sua presença digital no ano que vem.

Idade: Como muitas outras doenças, o risco aumenta com o envelhecimento. A estimativa é aumentar de 1 para 7 ao longo da vida – estimativa para quem vive até os 90 anos. A Cada 20 e poucos anos, há um nível diferente, veja:

  • Do nascimento aos 39, 1 caso para 229.
  • Dos 40 aos 59,  1 a cada 24.
  • Dos 60 aos 79,  1 a cada 13.

Esta estatística é resultado da avaliação de todos os fatores de risco. O risco aumenta conforme outros fatores são associados à idade.

Histórico pessoal: Se você já teve câncer de mama, existe a possibilidade dele voltar à cena. Este risco aumenta ou diminui de acordo com a situação. De qualquer forma, seu risco é maior do que outra pessoa que nunca sofreu deste câncer.

História familiar: Ter outros casos na família aumenta as chances. Mas não significa uma condicionante – você não necessáriamente terá câncer de mama porque sua mãe, tia ou avó tiveram. Por exemplo, se sua avó foi diagnosticada com 75 anos, isso não aumenta o seu risco, já que ela pode pertencer à parcela de mulheres entre 60 e 79 (risco de 1 a cada 13, lembram?) que são vítimas do mal.

Alterações da mama: As células mamárias às vezes ficam muito estimuladas e se descontrolam. Estas alterações podem ser um carocinho, densidade ou calcificações na mamografia. quando se faz a biópsia, o resultado pode ser uma hiperplasia de duto mamário. Ou LCIS (lobular carcinoma in situ), o que não quer dizer câncer de verdade. (saiba mais aqui, em inglês) Estas duas alterações estão associadas, entretanto, ao aumento de risco futuro de câncer de mama. Mas em si, não são cancerosas.

Alterações genéticas: Até hoje os casos de câncer de mama estão associados aos genes BRCA1 ou BRCA2 BReast CAncer (CA para câncer; BR para mama) genes um ou dois. A função desta dupla é manter o crescimento normal das celulas mamárias e evitar o câncer. Quando eles têm anormalidades, estão associados ao aumento de risco. Esta anormalidade genética está relacionada a 10% dos casos. Em geral, quem recebe o diagnóstico de câncer de mama e tem histórico familiar de câncer de mama, ovário ou ambos, tem anormalidades neste conjunto genético. Outras mulheres, com histórico familiar de câncer podem ter outras anomalias genéticas que ainda não foram identificadas. A prova de que genética não é tudo? A maioria dos diagnósticos de câncer de mama, não tem história familiar nem genética. Lembrem: a vida é feita de genes e ambiente (50% para cada, nos dizem). O jeito é prevenir com exames e atenção.

Histórico menstrual: Ninguém controla o volume de estrogênio produzido por seus ovários ao longo do tempo. algumas pesquisas indicam que a exposição ao estrogênio (necessário à ovulação e, portanto, reprodução) está ligada ao aparecimento do câncer de mama. Quem menstrua muito cedo e menopausa mais tarde (digamos, menstruar aos 12 e menopausar aos 55), tem mais risco de desenvolver câncer de mama do que as que têm “vida útil” menor.

Raça: nos Estados Unidos eles controlam o fator racial, também. Por lá – não encontrei estudo semelhante por aqui – as branquelas têm mais risco que latinas, asiáticas ou negras. Entretanto, entre as mais jovens, com menos de 40, as negras têm mais risco. (comentário da blogueira: será que isso procede?)

Radioterapia no tórax antes dos 30: Radioterapia no tórax antes dos 30 – especificamente durante a adolescência, aumenta o risco de desenvolver câncer de mama. Este fato foi observado entre as jovens que foram tratadas da doença de Hodgkin – e não se reflete na radioterapia feita para o tratamento do câncer de mama.

Densidade mamária: As pesquisas mostram que as mulheres com seios “densos” (eu, ble), que têm mais glândulas e tecido, têm mais risco que as outras para o câncer de mama. Isso se explica porque o câncer de mama em si é denso e começa no tecido glandurar. O estrógeno é que adensa o tecido. O que não se sabe é se o câncer está relacionado à densidade ou aos níveis de estrogêncio no organismo. Na mamografia, é mais difícil achar o nódulo maligno no tecido denso – claro. Isso porque o câncer vai se confundir com o tecido sadio que o cerca…(às vezes eu me pergunto porque é que a gente lê estas coisas. ble, ble, ble)

Exposição ao DES (diethylstilbestrol): DES é um hormônio que foi muito usado para evitar abortos. As filhas de mulherres que usaram este composto têm mais risco de câncer no colo do útero. A droga também pode aumentar o risco de câncer de mama tanto nas mães como nas filhas que foram expostas durante a gravidez.

Gravidez tardia ou quem não engravida: Mulheres que engravidam depois dos 30 e aquelas que nunca tiveram uma gravidez completa têm maior risco de câncer de mama do que as que tiveram filhos logo cedo. (Gravidez na adolescência tem lá suas vantagens, meninas). A gravidez a termo e a parada do ciclo menstrual parecem garantir alguma proteção contra o câncer de mama.

Da mesma forma, amamentar mais cedo também ajuda a diminuir o risco (antes dos 30, galera, antes dos 30). A amamentação neste caso, ajuda a amadurecer o tecido mamário que fica mais protegido contra alterações genéticas.

Se você comparar os fatores que não pode controlar com os que pode, verá que há muito para diminuir o seu risco de câncer de mama. Por enquanto não há como ligar alimentos ou químicos ao risco deste tipo de doença, mas os pesquisadores estão firmes na busca de estilos de vida e fatores ambientais que possam ser controlados. Então fique de olho e faça a sua parte: auto-exame, controle anual no ginecologista e mamografia. Sempre, sempre, sempre.

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