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17
out
2008

Moda verde, sim senhora. Mas só lá fora

Esta minha mania de navegar por blogs mundo afora às vezes me deixa doidinha de raiva do Brasil. Fartura é nosso nome do meio, mesmo. Quando o assunto é moda ecológica, então, somos um feto! Para encontrar uma peça de algodão orgânico, as eco-fashionistas daqui têm que rodar muito – inclusive no google: os dez primeiros resultados da busca são técnicos, não têm nada a ver com moda. E, creiam, elas existem.

Tudo isso para dizer que hoje encontrei um sonho de consumo pra lá de consciente: o The Green Loop. E comecei a me tocar que a gente não tem rede social de compras, não tem marcas consagradas com algodão orgânico – embora as cooperativas já produzam algodão orgânico tingido há algum tempo. E que a grande produtora e incentivadora da “moda verde” é a Osklen, que é cara pra dedéu e não cabe em qualquer bolso.

Eles incubaram um projeto bacanérrimo, o e-fabrics (cuidado, música e intro à vista), que identifica com uma etiqueta tecidos e materiais cuja origem e processo de produção respeitem critérios de comércio justo e de desenvolvimento sustentável.

Ao conceder a identificação e-fabrics a tecidos e materiais, estes são avaliados a partir de cinco critérios de conformidade:

–  Matérias-primas de origem sustentável, renováveis ou recicladas;

– Impacto do processo produtivo no meio-ambiente natural;

– Resgate e preservação da diversidade e tradições culturais;

– Fomento às relações éticas com comunidades e colaboradores;

– Design, atributos comerciais e viabilidade econômica.

Bacana né? Tem lá uma lista de alguns materiais e tal… quem usa? Nada. Onde comprar? Nem pensar. E assim caminha a moda “ecológica” brasileira: faz coisas bacanas, cria sites lindos (cheios de música e flash, provavelmente inacessíveis para muitos) e… não conta onde está o ouro.

Como diria o Jorge: cheiro de “lavagem verde” à vista. E eu fico ainda mais mal-humorada quando entro na loja que tem o produto “ecológico” e descubro que não tem o tênis de borracha ecológica no meu número. Não é à toa que o mercado brasileiro acaba pequeno: não tem produto porque não tem consumidor ou não tem consumidor porque ele não acha o produto (a um preço decente, inclua-se)? BAH!

Alguém tem que desenhar para este povo um ponto básico: produto ecológico a gente quer, sim. Mas o preço tem que ser bacana! De que adianta ser caro e poucos comprarem?

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@lufreitas

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons — Tema LadybugBrasil desenvolvido por André Bets e Fabio Lobo