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19
jul
2008

Blogagem Política: porque lutar é preciso

Além de estar na roda da ecologia, este blog tem orgulho de também fazer o que pode pela cidadania. Política é de todo tamanho e eu sempre acreditei na micropolítica[bb], especialidade do Felix Guattari [bb]– um filósofo francês que adoro e é difícil de ler, porque não muito claro. Mas é sensacional.

O Guattari foi nosso ídolo, lá pelos idos da faculdade (1984/85) quando se aliou ao movimento pelas rádios livres, que se transformaram em piratas e hoje são acusadas de derrubar aviões e causar distúrbios. Duh. Leia rapidamente o verbete da wikipedia para descobrir a razão da pirataria: não são autorizadas pelo Estado.

É exatamente aí que reside boa parte da gritaria quanto ao PL do Senador Azeredo. O ilustrissímo representante de Minas teve, inclusive, o desplante de cooptar um dos deputados paulistas (pode deixar que já mandei e-mail em repúdio, como eles gostam) para colocar o PL em regime de urgência na Câmara dos Deputados.

Não, não será por conta daquele amontoado de letras que vamos parar de navegar – e muito menos seremos presos. O grande perigo, como já disse o Caribé, é a gente encolher e parar de lutar contra os desmandos. Política – de todo tamanho – é feita por gente. Então não me venha com esta de que os políticos são corruptos, que política não presta pra nada, etc etc etc.

Eu vi o então Ministro da Saúde, José Serra, numa canetada ministerial, começar a mudar a cabeça dos médicos brasileiros – pelo bolso – quando passou a remunerar igualmente partos normais e cesáreas. Esta “canetada” foi fruto de uma luta de muitos anos de mulheres, suas associações, médicos mais esclarecidos (haja carniceiro entre os ginecologistas, é um horror). Ou seja: gente como a gente.

Nossa Constituição, aquela que foi promulgada em 1988, depois de muito tempo de ditadura, diz, nos seus princípios fundamentais (copiadão da primeira constituição feita na história, a francesa):

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Eu nem vou entrar no TÍTULO II (Dos Direitos e Garantias Fundamentais) – CAPÍTULO I (DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS), onde está o artigo quinto, parágrafo IV, tão espezinhado pela justiça (em minúscula de propósito) nos últimos tempos.

Se você acha que está tudo bem, que está certo polícia matar criança; que está certo policial ter medo de bandido; que a saúde funciona maravilhosamente bem para todo mundo; que as nossas escolas são maravilhosas e nossos professores valorizados; que está certo senadores terem verba de R$ 15 mil para torrarem como quiserem todos os meses em viagens e consultorias; pare de ler agora.

Não está tudo bem, não. Estão violando nossos direitos e ignorando o fato mais fundamental de todos: nós cidadãos somos quem tem o poder. Um fato que nós, inclusive, costumamos esquecer. No entanto, graças a uma liga de professores, uma petição, feita na internet, mais os nossos gritos fizeram o Senador Mercadante se mexer e remendar o PL como foi possível. Agora quero ver quem será o deputado salvador da pátria. Mas a questão não é só o PL do Azeredo.

É mais, muito mais. É a gente fazer valer a regra: este país é nosso! Falta a gente tomar posse. É a gente cuidar dele, fazê-lo crescer, florescer. Dá trabalho sim. Requer montanhas de tempo, energia, pesquisa. E aqui na internet isso está acontecendo em velocidades quase alucinantes. Enquanto eles estão se preocupando com os crimes, há muitas novas empresas nascendo, milhares de projetos de inclusão, um fervilhar quase palpável.

Os milhares de projetos fazem vender mais computadores, cujos preços só fazem cair, e os caras vêm criminalizar o meio? A gente conseguindo, finalmente, fazer o Creative Commons avançar – lentamente, lentamente, mas vai indo – e o pessoal quer que a gente não compartilhe nada? Como assim, Bial? Se você é preguiçoso, acha que não vai fazer a diferença, te conto: faz.

Que tal a gente conseguir mais de 100 mil assinaturas na petição?

Que tal a gente se comunicar com cada um dos deputados de nosso Estado e deixar clara a nossa posição?

Que tal a gente propor a discussão de um código que permita prender ladrões (virtuais e reais), pedófilos e outros vermes e ainda por cima continuarmos em rede, sem drama?

Entre na luta. O Caribé já começou a juntar os posts lá no Xô Censura. Publique o seu.

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