Ladybug Brasil
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Tá doida, Lucia Freitas? Desconferência de jornalistas? Não estou, não, moçada. Os profissionais da notícia – os que estão conectados, pelo menos – resolveram se encontrar e conversar.
Confesso que ando de mau humor com jornalismo. Dá um trabalho cão, paga-se mal e ainda tem uma galera nada intererssante para colocar o dedo no texto. A história aqui é fazer um esquenta e levantar algumas questões.
Primeiro. Não adianta pensar o jornalismo como se fosse uma manifestação isolada. Jornalismo faz parte de algo bem maior chamado comunicação – da qual fazem parte, entre outras coisas, cinema, TV, rádio, publicidade e relações públicas. Eu gosto é de comunicação, conversas, trocas, aprendizado. Comunicar é muito mais que fazer uma matéria. É unir dois pontos que antes estavam desconectados. Linkania.
Acho que é por isso que acompanho pouquíssimos jornalistas na rede – e a minha referência preferida é o Media Shift Idea Lab, da PBS. Ou o Read and Write Web, que produz material de primeira (embora tenha mudado muito nos últimos meses). Podem me chamar de colonizada, mas se pude ser influenciada pelos Eleitos, do Tom Wolfe, também posso recorrer aos irmãos do Norte nesta hora de grandes transformações.
Segundo. Em tempos 2.0 onde conversas são importantes, há perguntas que já foram respondidas na prática. As parcerias, por exemplo. Já existem Edney e o Portal Pop (invenção do Cabianca) pra contar os resultados.
No jornalismo, a questão é bem outra. Dá pra pensar parcerias? Entre quem? Jornalista e portal? Volta-se à relação de emprego. Os casos que a gente conhece de jornalistas que tentaram negócios independentes – No Mínimo, por exemplo – naufragaram. Não lembro de nenhum jornalista empreendedor assim de bate-pronto. Tá, lembrei: Luis Nassif.
Terceiro. Eu fico pasma – e ninguém mandou eu ser moderadora de lista de vagas para jornalistas – com a ignorância dos meus colegas sobre as “novas” tecnologias. Usam pouco rss, não conhecem redes sociais para além do orkut, lêem quase nada – e bem mal. Em geral conhecem pouco além dos muros de sua prática. Sinto neles, inclusive, uma dificuldade quase intrínseca de compartilhar conhecimento, fontes, formas. Claro que há exceções – raras e brilhantes, inclusive.
Acho que estes três pontos tão muito caldo. E todos estão convidados, claro, para o NewsCamp. Inscrevam-se.
