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14
nov
2013

E o Marco Civil da Internet não passa

 

Save Freedom of Speech - Support Net Neutrality

Salve a liberdade de expressão: apoie a neutralidade da rede.

Se tem uma coisa que eu amo muito na vida é internet. Até código eu aprendo para continuar a me aprofundar nessa vida navegante. E o #MarcoCivil foi das grandes coisas que nós, cidadãos internautas, construímos nos últimos anos – e foram muitos anos.

Lembro do nosso FlashMob na Paulista contra o PL do Azeredo. Do cartaz que o Mario produziu. Das infindáveis conversas no site para criar o texto. Dos blogs e notícias. De ler, ler, ler – e quase ficar vesga. Das múltiplas versões e do esforço de entender o que mudaria de uma para outra – e, vejam, nem é tão juridiquês quanto poderia ser. Esse foi o processo de construção do Marco Civil, capitaneado pela FGV-Rio e por vários dinossauros que fundaram a rede no Brasil – Demi Getschko, Marcelo Branco, Ronaldo Lemos… uma sequência de nomes bacanas.

Já há duas semanas (ou três) estamos em estado de alerta para a votação do tal #marcocivil. Adotado pelo PT, ganhou detratores. O deputado Alessandro Molon é o redator e o Caribé – em quem confio – diz que o homem é digno de confiança. Que seja.

De qualquer jeito, a gente vai dever a coisa toda ao Snowden. Porque não fosse o vazamento da espionagem norte-americana, nossa presidenta não impingiria a urgência ao Congresso e o #MarcoCivil ficaria na gaveta até o dia de São Nunca. Porque, né, ele não interessa aos “poderes” brasileiros. Não interessa às telecoms, não interessa aos grupos de mídia, muito menos aos bancos.

O que realmente me surpreendeu foi, ao criar uma busca no Twitter para acompanhar o diz-que-diz, a aparição de gente contra o Marco Civil. Podem me chamar de inocente e ingênua! Para mim, o Marco é luta antiga e nunca – mesmo – ouvi alguém reclamar dele no começo do processo. O texto tem problemas? Quase com certeza! (Träsel fez uma ótima avaliação sobre isso). Todavia, entretanto… como assim, ser CONTRA a regulação CIVIL da internet brazuca?

Pirou? Vai deixar a internet à mercê do Azeredo e dos lobistas das Telecoms? Pior ainda: tem servidor do Congresso candidato a cargo na Anatel e que diz que “o CGI não representa a internet brasileira”. Como assim? O único órgão isento – CGI, NIC e cia – que funciona à base de cidadania, os caras querem controlar.

Uma fonte de confiança me disse, ontem, que estavam os representantes da Vivo e da Oi fazendo mimimi em um painel lá na GV – na frente do representante da ANATEL que ficou quietinho e não rebateu nenhuma das reclamações. Na plateia, pelo que soube também não houve um pio. As operadoras de telefonia são umas coitadinhas, né? Eles não oferecem 3G que preste, o atendimento é um lixo, temos o serviço de telecomunicações mais caro do planeta, segundo a UIT (União Internacional de Telecomunicação). [A telefonia celular custa US$ 60 por mês, enquanto na Suécia é US$ 1,10. A banda larga fixa no Brasil custa US$ 17,80 mensal, contra US$ 7 na Tunísia. O relatório da entidade avaliou os preços de 161 países.]

A coisa é que, enquanto lá fora a galera está gritando – e tem até um Digital Bill of Rights que foi produzido colaborativamente no Mashable (ligue o tradutor do browser se não lê inglês) – a gente já começou antes. Temos um texto bem decente, que pode até ser melhorado. E que merece toda a pressão que a gente puder colocar para ser votado SEM ALTERAÇÃO. A gente já questiona esse, imagine só o Renan (ou, pior, o Sarney) colocando o dedo no texto…

Portanto, se você curte ser livre, gosta de internet e quer continuar a fazer mais com ela, lute. Já está no ar o placar, produzido pela galera do Marco Civil (sim, nós todos), com os deputados a favor e contra. Fique de olho, ligue, mande e-mail, encha os pacovás dos deputados. Porque a gente já sabe: o sistema político brasileiro é uma piada – e para nos passarem a perna basta deitar a cabeça no travesseiro (eles fazem a votação de madrugada).

Se você chegou até aqui e não entendeu ainda o que é neutralidade da rede, veja o vídeo abaixo – e corra da Claro que já está praticando a não neutralidade e ninguém questiona, muito pelo contrário, certeza que venderam vários pacotes!

 

foto do abre: Brian Lane Winfield Moore via Compfight cc
destaque: Free Press Pics via Compfight cc

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